sábado, 31 de julho de 2010

Dardanelos e Belo Monte: a história se repete


Dardanelos e Belo Monte: a história se repete

Telma Monteiro

Nesta semana, as etnias Arara e Cinta Larga ocuparam as obras da usina de Dardanelos no rio Aripuanã, em Mato Grosso. As pressões sofridas pelos indígenas com a construção da hidrelétrica, criminosamente ignoradas no processo de licenciamento, vieram à tona. À época da concessão das licenças, os impactos que hoje afetam as Terras Indígenas (TIs) em Aripuanã foram considerados como “de baixa importância e baixa significância”. Apesar de ocuparem 6.863 quilômetros quadrados, totalizando 27,40 % da área do município, as TIs receberam o status de Área de Influência Indireta (AII) nos estudos ambientais.

Em 1944 nascia o município de Aripuanã, no noroeste de Mato Grosso (MT), na margem direita do rio Aripuanã. O rio Aripuanã corre paralelo ao Juruena, atravessa a divisa do Estado do Amazonas e vai desaguar no baixo curso do rio Madeira.

A região de Aripuanã sempre foi marcada por conflitos entre garimpeiros e indígenas. O município foi idealizado para ser colônia agrícola. A sede administrativa de Aripuanã, devido á dificuldade de acesso, ficou inicialmente em Cuiabá, depois passou para Manaus. Só em 1966 ela foi estabelecida no local atual, na Chapada de Dardanelos, ao lado do Salto das Andorinhas e do Salto de Dardanelos.

Da cidade encravada no meio da floresta amazônica, às margens do rio Aripuanã, se descortina a incrível beleza das águas que despencam de mais de 100 m de altura envolvendo as escarpas de arenito. Essa natureza exuberante é motivo de orgulho para os moradores de Aripuanã e marca registrada da região.

Tanta beleza cênica, no entanto, guarda, desde as décadas de 1950 e 1960, a memória do extermínio de indígenas em conflitos com seringueiros. Hoje, aproximadamente 500 Cinta-Larga e Arara ocupam as Terras Indígenas – Aripuanã, Serra Morena e Arara Rio Branco, no coração do município.

Duas Unidades de Conservação (UCs) – Estação Ecológica Flor do Prado e Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, também completam a majestade dessa região ungida pela natureza. Mais esse patrimônio natural, marco turístico, também não foi poupado pela sanha desenvolvimentista governamental.

Desde o ano 2000, projetos de aproveitamento hidrelétrico do rio Aripuanã têm sido analisados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Em 2004 os estudos da usina de Dardanelos foram aprovados pela ANEEL e o leilão de venda de energia marcado para dezembro de 2005 junto a outros oito aproveitamentos. O processo de licenciamento ambiental foi conduzido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado que concedeu as licenças com o aval da Assembléia Legislativa de MT.

O grupo indígena rebelado nesta semana, em Aripuanã, está cobrando das autoridades o cumprimento das medidas mitigadoras de (i) instalar e reforçar, em convênio com a FUNAI, postos de vigilância em pontos estratégicos para proteção das TIs Aripuanã, Serra Morena e Arara do Rio Branco (ii) promover articulações com o IBAMA e a Polícia Florestal do Estado do Mato Grosso para reforçar a fiscalização sobre a exploração de recursos florestais nas terras indígenas (EIA, Capítulo VII). No Parecer Técnico que subsidiou a Licença Prévia de Dardanelos não há nenhuma condicionante sobre a questão indígena.

Em dezembro de 2005 o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de MT ajuizaram uma Ação Civil Pública, com pedido liminar para excluir o empreendimento de Dardanelos do leilão de venda de energia. O processo de licenciamento conduzido pela secretaria, segundo os procuradores, está marcado por ilegalidades. A liminar foi concedida e Dardanelos ficou de fora desse leilão. Porém, em novo leilão no ano seguinte, a usina foi arrematada.

Os procuradores demonstraram, entre outras coisas, que as normas ambientais não tinham sido observadas e que a Linha de Transmissão, indispensável para levar a energia gerada pela usina, não foi objeto de análise financeira ou ambiental.

Os Estudos de Viabilidade Técnico-Econômica (EVTE) e o Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) foram elaborados pela Eletronorte e Construtora Norberto Odebrecht (CNO). Em 2007 foi criada a Energética Águas de Pedra para construir e operar a Usina Hidrelétrica (UHE) Dardanelos e o seu Sistema de Transmissão. Esse consórcio, hoje responsável pelas obras, é formado pela Neoenergia (51%), pela Eletronorte (24,5%) e pela CHESF (24,5%).

O EIA/RIMA analisado pela SEMA de MT não questionou os aspectos e os efeitos dos impactos do empreendimento sobre as cachoeiras Salto das Andorinhas e Salto de Dardanelos. O projeto, inusitado na época, inclui o desvio de parte da vazão das águas do rio Aripuanã, a montante das quedas d’água, através de um canal de 3 mil metros, para alimentar as turbinas da casa de força. A redução da vazão do rio Aripuanã, no trecho das cachoeiras será responsável pelos principais impactos do empreendimento sobre o meio ambiente.

Como Belo Monte, no rio Xingu, o projeto de Dardanelos desconsiderou completamente a sazonalidade do rio Aripuanã. Cheias e estiagens extremas levam a vazões máximas de mais de 1 500 m³/s às mínimas de 18 m³/s. Guardadas as devidas proporções, Dardanelos é uma espécie de miniatura de Belo Monte.

Também no caso de Dardanelos os empreendedores procuraram transmitir segurança quanto à garantia de uma vazão que minimizasse, como se isso fosse possível, os impactos ambientais nas cachoeiras. A grande variação sazonal natural já tem, normalmente, reflexo na paisagem cênica das cachoeiras. São inimagináveis as conseqüências do desvio das águas do rio Aripuanã para mover as turbinas de Dardanelos. Outros projetos – Juina, Faxinal e Faxinal II – de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) reduzem ainda mais a vazão do rio Aripuanã, a montante de Dardanelos.

Em Dardanelos as obras estão em estado avançado e os efeitos são visíveis e inequívocos. Em Dardanelos a Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRDH) outorgada pela Agência Nacional de Águas (ANA) determinou que o valor reduzido de 21m³/s seria suficiente para manter as cachoeiras no período mais seco. Em Belo Monte a chamada vazão residual mínima para Volta Grande do Xingu ficou restrita a míseros 700 m³/s. Em ambos os projetos a chamada “vazão ecológica” chancela a destruição do rio.

O projeto de Dardanelos, afirmam os estudos, não terá reservatório, será a fio d’água. Belo Monte também. Em Dardanelos como Belo Monte o canal que desviará a maior parte da vazão está sendo escavado em rocha – a ordem de grandeza das escavações também é uma incógnita – e revestido em concreto.

Assim como Belo Monte, no rio Xingu, o projeto de Dardanelos, no rio Aripuanã tem uma concepção ultrapassada, cara, leva a extinção de patrimônio natural e aos impactos em Terras Indígenas; tem os mesmos idealizadores do projeto e é inviável economicamente. Só mudam, mesmo, a dimensão das obras e os valores dos investimentos.

http://telmadmonteiro.blogspot.com/2010/07/dardanelos-e-belo-monte-historia-se.html

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Dardanelos: Governo faz lista de medidas acordadas para atender índios


Dardanelos: Governo faz lista de medidas acordadas para atender índios


O governo do Estado divulgou oficialmente ontem o acordo feito com os índios que invadiram no domingo a usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã (a 1.002 km de Cuiabá). Quatro secretarias de governo assinaram o acordo com o objetivo de encerrar o impasse na região e o resultado foi um cronograma de compromissos para atender à necessidade das etnias impactadas sócio-ambientalmente com as obras da usina – que deve gerar energia suficiente para 600 mil habitantes por dia.

A notícia é do Diário de Cuiabá, 30-07-2010.

As medidas foram exigidas principalmente pelos povos Arara e Cinta-Larga, mas 11 etnias vivem na região impactada pela usina. Entre as exigências está o apoio da Casa Civil no fortalecimento da Associação da Comunidade Indígena com materiais de escritório e de informática, fora o apoio para estender à região das aldeias o projeto Luz para Todos, do governo federal.

Também foram pedidos apoios na revitalização cultural indígena, como a construção de uma Casa da Cultura. Na área de educação, entre outros, foram acordadas a capacitação de professores indígenas e a aquisição de equipamentos para as escolas.

Já as deficiências estruturais devem ser amenizadas com a construção de quadras de esporte e campo de futebol nas salas anexas, construção de casa dos professores nas aldeias e elaboração de projeto para construção de casas de alvenaria nas aldeias. A comunidade também deve se fortalecer a partir do desenvolvimento de projetos para fruticultura, de trabalho com gado leiteiro e com piscicultura para cada aldeia, sem contar o projeto de coleta de castanha.

Para a saúde, o governo se comprometeu em capacitar agentes indígenas de saneamento, formar técnicos de enfermagem e auxiliar de dentista indígenas. Também serão ampliados os postos de saúde nas aldeias e, em parceria com o município de Aripuanã, foram prometidos serviços de pediatria, oftalmologista, nutricionista, psicóloga, acupunturista e fisioterapeuta.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34851

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ONG articula movimentos socioambientais no Maranhão


ONG articula movimentos socioambientais no Maranhão


Foi lançada no dia 30 de Julho, em ocasião do Seminário Quilombolas, a ONG Reentrâncias, criada para articular e apoiar os movimentos, organizações e comunidades da região litoral norte do Maranhão numa perspectiva de fortalecimento das lutas populares. O Seminário aconteceu no Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município de Bequimão.

Diversas entidades e movimentos, atuantes na luta das comunidades quilombolas da região, participaram de debates sobre a criação de políticas públicas voltadas para a terra e o direito dos quilombolas, além de apresentações de música e danças populares. O evento foi realizado pela STTR do município, Fórum Carajás, Colônia de Pescadores Z-38 e Comunidades Quilombolas da região.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1〈=PT&cod=49849

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Mobilização pede criação de Secretaria Especial de Saúde Indígena


Mobilização pede criação de Secretaria Especial de Saúde Indígena


Está prevista para a próxima terça-feira (3) a votação no senado do Projeto de Lei da Convenção (PLV) 08/2010, que transforma a Medida Provisória (MP) nº 483 em lei. O Projeto assegura a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). No dia previsto para a votação, cerca de 80 indígenas estarão em Brasília para pedir aos senadores pela aprovação do PLV.

Aprovado no último dia 7, na Câmara Federal, o Projeto alterou a estrutura do Ministério da Saúde, prevendo a criação de seis novas secretarias, sendo a Sesai uma delas. Também prevê o fim do controle da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para as questões de saúde indígena, visto que a entidade é alvo constante de denúncias de desvios de recursos e corrupção. O PLV precisa ser votado até o dia 4 de agosto, quando expira o prazo da Medida.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) convida toda a sociedade a enviar mensagens para o presidente do Senado, Jose Sarney (sarney@senado.gov.br), pedindo a aprovação do Projeto na próxima terça-feira.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1〈=PT&cod=49853

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Seminário sobre o Limite de Propriedade de Terra acontece em Brasília


Seminário sobre o Limite de Propriedade de Terra acontece em Brasília

Movimentos sociais, entidades de base, ativistas, etc se encontraram hoje( 31/07/2010), em Brasília, para o Seminário sobro o Limite da Propriedade da Terra. O evento acontece na CondSef (SCS, Q2, Bloco “C” – Edifício Wady Cecílio II – 6º andar, Brasília-DF), das 9h às 17h.

O objetivo do evento é reunir mais pessoas e entidades para a realização, no Distrito Federal e entorno, do “Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra”, que será realizado em todo o Brasil, no período de 1º a 7 de setembro. Diversas atividades vêm sendo realizadas a nível local, regional e nacional desde maio deste ano para envolver e mobilizar a sociedade para esta ação.

Durante o Seminário em Brasília serão realizados debate sobre o limite da propriedade, oficina sobre trabalho de base, repassadas orientações para a organização do Plebiscito, além de outras atividades que definirão as estratégias de mobilização e a logística de cada comitê popular. Esses comitês terão autonomia para realizarem suas próprias oficinas locais, mobilizações, comunicações, bem como a quantidade de urnas de recepção dos votos, entre outras atividades que considerem interessantes administrarem de forma local.

Os participantes do seminário vão receber material impresso e de multimídia para que possam contribuir individualmente ou criarem comitês em suas residências, ruas movimentadas, escolas do bairro, sindicatos, igrejas e centros religiosos, praças, etc.

O plebiscito pretende envolver lideranças populares de todos os setores organizados do campo e da cidade para debater a necessidade de uma nova visão para o campo e a necessidade de uma Reforma Agrária digna, promotora da sustentabilidade, fortalecimento social e da riqueza da agricultura familiar.

O Brasil é o segundo país com maior concentração de terra do mundo, o que significa concentração do poder político e social. O campo e a cidade vivem esta realidade de exclusão a que estão submetidos. Exemplo disso é que a concentração de terra nas mãos de poucos gera pobreza, pois apenas duas pessoas são empregadas pelo agronegócio a cada 100 hectares. No entanto, 15 pessoas trabalham em uma área de 100 hectares quando ela é administrada de forma familiar. Os dados são do Censo Agropecuário do IBGE, de 2009.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1〈=PT&cod=49837

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ONU inclui acesso à água na Declaração dos Direitos Humanos


ONU inclui acesso à água na Declaração dos Direitos Humanos


A ONU aprovou, na última quarta-feira (28) em Genebra, Suíça, a inclusão do acesso à água potável na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A proposta, apresentada pela Bolívia e respaldada por outros 33 países, recebeu 122 votos a favor, nenhum contra e 41 abstenções, além de receber grande apoio na Assembleia Geral.

A Assembleia estipulou também que o acesso aos serviços sanitários básicos é um direito, tendo em vista que a contaminação da água é uma das principais causas da mortalidade nos países mais pobres. Segundo o texto proposto pela Bolívia, mais de 2.600 milhões de pessoas vivem sem instalações sanitárias adequadas, o que contribui para a morte anual de um milhão e meio de crianças por enfermidades relacionadas com a falta de higiene.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1〈=PT&cod=49817

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Violência contra mulheres aumenta no primeiro semestre de 2010



Violência contra mulheres aumenta no primeiro semestre de 2010

Tatiana Félix

Dados da Polícia Nacional Civil (PNC) de El Salvador revelam que só no primeiro semestre de 2010, 342 mulheres foram assassinadas no país. Nos meses de maio e junho houve uma intensificação do feminicídio, com um total de 129 mulheres mortas, o que significa a morte de uma mulher a cada 12 horas, neste período. O feminicídio acentuado no primeiro semestre qualifica 2010 como o mais violento dos últimos dez anos.

Os 275 assassinatos cometidos contra mulheres de janeiro a maio deste ano representam 46% dos feminicídios ocorridos em 2009. O mês de maio registrou um total de 658 delitos graves contra as mulheres, entre os quais violação, agressão e perseguição sexual, além de feminicídio, conforme divulgou a Polícia Nacional. Muitas ameaças também foram registradas, destacando maio como um dos meses mais violentos para as mulheres.

As mulheres na faixa etária que compreendem os 35 até os 60 anos de idade são as que mais sofrem com ameaças e feminicídios, seguidas por jovens de 12 a 18 anos, observou a Organização de Mulheres Salvadorenhas (ORMUSA).

Segundo a entidade, as vítimas são assassinadas, na maioria das vezes, por armas de fogo, seguidas por armas brancas, como facas. Os corpos, geralmente, são encontrados em prédios abandonados, estradas ou vias públicas.

Embora também seja um delito que ocorre com muita frequência, muitas mulheres não chegam a denunciar a perseguição sexual que sofrem no ambiente de trabalho, escolar, nas ruas ou nos centros comerciais.

Tudo indica que a maioria destes crimes seja passional, onde homens apaixonados não correspondidos ou abandonados se julgam no direito de matar a mulher que o rejeitou. Para a diretora executiva da ORMUSA, Jeannette Urquilla, este contexto mostra que é evidente que por trás do crime existe uma manifestação de violência de gênero contra as mulheres.

Ela ressalta que a falta de investigação do Estado para esta modalidade de crime, revela aversão e desprezo pelas mulheres, enfatizando o machismo e o sentimento de propriedade sobre as mulheres e suas vidas. É importante esclarecer que a polícia do país qualifica os assassinatos de mulheres como homicídios, sem, entretanto, considerar a distinção de sexo ou o motivo do crime, com respeito aos homens.

Os dados da Polícia mostram ainda que a capital do país, San Salvador, é a cidade mais violenta e perigosa para as mulheres, seguida por San Miguel, que registrou 114 casos e Santa Maria com 77. Com menos registros de violências (20 casos), o departamento de Chalatenango se mostra como um dos poucos locais seguros para as mulheres salvadorenhas.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1〈=PT&cod=49818

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ONU. Asamblea General reconoce como derecho humano el acceso al agua


ONU. Asamblea General reconoce como derecho humano el acceso al agua


ONU

La Asamblea General de la ONU reconoció el acceso al agua potable como un derecho humano básico y urgió a garantizar que los casi 900 millones de personas que carecen de acceso al agua puedan ejercer ese derecho.

En una resolución adoptada por 122 votos a favor, ninguna en contra y 41 abstenciones, en sesión del 28 de julio, 2010, la Asamblea estipuló también que el acceso a los servicios sanitarios básicos es un derecho en vista de que la contaminación del agua es una de las principales causas de mortalidad en los países más pobres.

El texto –propuesto por Bolivia y copatrocinado por otros 33 Estados miembros de la ONU – recuerda que más de 2.600 millones de personas viven sin instalaciones sanitarias adecuadas, lo que contribuye a la muerte anual de 1,5 millones de niños por enfermedades relacionadas con la falta de salubridad.

Antes de la votación, el embajador de Bolivia ante la ONU, Pablo Solón, subrayó la importancia de entender el acceso al agua y al saneamiento como derechos y hacerlos realidad.

“Según el reporte del 2009 de la Organización Mundial de la Salud y de UNICEF, cada día, 24.000 niños mueren en los países en desarrollo por causas que se pueden prevenir como la diarrea producto de agua contaminada. Esto significa que muere un niño cada tres segundos y medio: uno, dos tres… Como dicen en mi pueblo: ´ahora es cuando´”, puntualizó Solón.

La resolución insta a todos los países y organizaciones internacionales a aportar recursos financieros y tecnología para lograr un acceso universal poco costoso al agua potable y el saneamiento.

Destaca, asimismo, la responsabilidad de los Estados de promover y proteger con el mismo celo todos los derechos humanos.

La representante de Argentina, ministra Ana María Bianchi, explicó el voto a favor de su país: “La Argentina entiende que es una de las responsabilidades principales de los Estados asegurar a sus habitantes el derecho al agua como una de las condiciones fundamentales para garantizar el derecho a la vida y para asegurar un nivel de vida adecuado”, dijo.

http://www.politicaspublicas.net/panel/index.php?option=com_content&view=article&id=666:onu-derecho-al-agua&catid=245:wr&Itemid=532

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Denúncia: PM de Minas Gerais aterroriza comunidade quilombola e aprisiona liderança tradicional

Denúncia: PM de Minas Gerais aterroriza comunidade quilombola e aprisiona liderança tradicional


“Há profissão mais alta e mais honrosa do que a de soldado? Há profissão mais baixa e mais degradante do que a de capitão-do-mato?” Joaquim Nabuco, sessão legislativa, 1887

Durante o período da escravidão legalizada, no Brasil, foi instituída a figura do Capitão-do-mato, um agente do Estado, a serviço dos senhores de engenho, que tinha como função capturar e punir os escravos que se rebelavam e lutavam pela liberdade. Para realizar seu trabalho, que era considerado de relevância social, recebia armas, dinheiro, homens e outros recursos. Como uma espécie de parceria público-privada, os senhores de engenho financiavam essa estrutura.

Na tarde de 23 de julho de 2010, após mais de cento e vinte anos da abolição da escravatura e três dias depois de o Presidente Lula sancionar o Estatuto da Igualdade Racial, a comunidade de Matias Cardoso assistiu, atônita, ao ressurgimento da função de “Capitão-do-mato”, dessa vez exercida pela Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Por volta das17h, as famílias do acampamento Rio São Francisco do Quilombo da Lapinha, no Município de Matias Cardoso, Norte de Minas, foram surpreendidas com a invasão de duas viaturas com seis policiais, comandados pelo 2º Tenente Carlos Roberto Venuto Júnior. Os policiais fortemente armados, sem mandado judicial, cercaram o acampamento, mantendo as armas apontadas para homens e mulheres, crianças e idosos, revistando quem chegava, como forma de intimidar os quilombolas que ali se encontravam.

Neste acampamento cerca de cinqüenta famílias ocupam uma pequena área de 22 hectares, de propriedade da União, situada no seu território tradicional, por força de um acordo judicial, celebrado em audiência da Vara Agrária de Minas Gerais. O comandante da operação justificava a ação arbitrária e ilegal dizendo que estava ali para resguardar as terras do Estado, pois havia um boato de que a comunidade iria invadir as terras pertencentes ao Parque Estadual Lagoa do Cajueiro e que estava cumprindo ordem do “Promotor de Justiça de Manga”. Depois de aterrorizar, ameaçar e humilhar as famílias, identificaram uma das lideranças do acampamento, Sr. Manoel da Conceição Neto e, em seguida, dirigiram-se à casa do Sr. Jesuíto José Gonçalves, presidente da Associação do Quilombo da Lapinha.

Após as 18h, os policiais chegaram à casa do Sr. Jesuíto, pararam as viaturas na porteira de entrada e adentraram o quintal. O Sr. Jesuíto, que retornava da horta trazendo verduras para preparar o jantar, dirigiu-se aos policiais e lhes perguntou o motivo da visita. O Tenente Carlos Roberto lhe disse que estava ali para impedir a invasão do Parque Lagoa do Cajueiro por parte dos quilombolas da Lapinha. No quintal da sua casa, sem mandado judicial, o policial começou a pressioná-lo e interrogá-lo, querendo saber quem estava organizando a invasão do Parque e quando aconteceria a suposta invasão. O Sr. Jesuíto disse que não sabia de nenhuma invasão e que as famílias que se encontram no acampamento ocupam aquela área, por força de um acordo judicial. O Tenente continuou pressionando o Sr. Jesuíto, dizendo que como presidente da Associação, ele estaria organizando a invasão e que se continuasse a dificultar o trabalho da polícia, poderia ser preso. O Sr. Jesuíto respondeu que não era ladrão, assassino ou estuprador e, portanto, os policiais não poderiam prendê-lo.

Numa clara violação à Constituição Brasileira que protege a inviolabilidade do domicílio e veda a prisão arbitrária (artigo 5º, XI e LXI, CF), os policiais o algemaram e o fizeram entrar na viatura. Essa ação truculenta, certamente, teve como objetivo servir de exemplo às famílias do Quilombo da Lapinha, que lutam pela efetivação do seu direito constitucional ao território, como na época da escravidão, quando os negros fugitivos eram capturados pelo Capitão-do-mato e amarrados em troncos, na praça pública.

Por ser idoso, contando já com 63 anos de idade e portador de obesidade mórbida, durante o trajeto para a cidade da Jaíba, imprensado na viatura, o Sr. Jesuito sofreu uma crise de hipertensão. Por isso, antes de conduzi-lo à Delegacia, os policiais tiveram de passar no Hospital para que fosse medicado e durante o período em que esteve sob cuidados médicos, os policiais montaram guarda na enfermaria, como se o presidente da Associação Quilombola fosse um temido bandido. Somente depois de duas horas, foi conduzido á Delegacia de Polícia para prestar declarações, tendo sido liberado logo em seguida.

O Quilombo da Lapinha, situado no município de Matias Cardoso, norte de Minas Gerais, é constituído por cerca de cento e sessenta famílias e é composto pelas comunidades Vargem da Manga, Lapinha, Saco e Ilha da Ressaca. Esta comunidade remanescente de quilombo ocupa o seu território, desde o século XVII, quando seus ancestrais se rebelaram e fugiram, principalmente das fazendas da Bahia, e adentraram a chamada Mata da Jaíba, nos vales do Rio São Francisco, Verde Grande e Gorutuba. Nesse território, desenvolveram uma organização social baseada na solidariedade, conjugando a agricultura, pesca e pecuária em terras comuns.

Entretanto, a partir dos anos de 1950, começaram a ser expropriados do seu território, passando a viver encurraladas em pequenas áreas nas ilhas ou em terras firmes às margens do rio São Francisco. Em função dos grandes impactos ambientais do Projeto Jaiba, o governo do Estado foi pressionado a promover a compensação pelos danos provocados pelo Projeto. Assim, no final dos anos 1990, milhares de hectares de áreas que ainda estavam relativamente preservadas e que eram utilizadas de forma extensiva pelas comunidades tradicionais, que aí viviam, foram transformados em unidade de conservação de proteção integral: parques e reservas biológicas, ameaçando de expulsar as famílias que encontraram nas ilhas e margens do rio São Francisco o último refúgio que lhes sobraram. Atingidas pela segunda vez, agora como vítimas dos impactos do Projeto Jaíba, estas famílias passaram a conviver com limites ainda mais significativos, comprometendo as suas condições de sobrevivência e de reprodução social.

Em 2005, os quilombolas da Lapinha iniciaram um processo de organização para efetivar o direito constitucional à propriedade definitiva e à titulação do seu território. Como estratégia para pressionar o Estado a realizar os procedimentos em vista desta titulação, em data de 30 de setembro de 2006, ocuparam a Fazenda Casa Grande que, além de estar inserida em seu território, tem uma grande extensão margeada pelo rio São Francisco, portanto, de propriedade da União. Em Aaudiência de Justificação, presidida pelo Juiz da Vara Agrária, foi celebrado um acordo prevendo a permanência das famílias em uma área de 22 hectares até o final do litígio. Embora vivendo nessa área exígua, as famílias construíram diversos barracos de adobe, cisternas para armazenamento de água, com a implantação de hortas e lavouras diversificadas, melhorando de forma significativa sua alimentação. Outras iniciativas encontram-se em andamento como práticas de manejo agroecológico de vazantes e uma unidade comunitária de artesanato. Além disso, em parceria com a Prefeitura Municipal de Matias Cardoso, houve uma melhora significativa no atendimento escolar, inclusive com a contratação de professores da própria comunidade.

Em janeiro deste ano, o IEF fez um acordo com a empresa Fazendas Reunidas Vale do São Francisco LTDA – FAREVASF, suposta proprietária da Fazenda Casa Grande, ajuizando pedido de Homologação de Desapropriação por Utilidade Pública e Interesse Social, para incorporar o imóvel ao Parque Estadual Lagoa do Cajueiro. Nesse acordo, tanto a FAREVASF como o IEF omitiram, deliberadamente, a existência do litígio envolvendo a comunidade quilombola, cujo processo ainda se encontra em tramitação. Esse fato aumentou ainda mais o clima de insegurança da comunidade.

Desesperados com a iminente desocupação da área de onde estão tirando o sustento das suas famílias, os quilombolas buscaram apoio aos órgãos públicos e entidades de apoio. Assim, em recente data de 07 e 08 de julho, o Quilombo da Lapinha recebeu a visita de Representantes do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e Comissão Especial de Direito Humano à Alimentação Adequada da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que constataram in loco os conflitos socioambientais e a violação de direitos fundamentais vividos pela comunidade.

A visita de autoridades de diversos órgãos do Estado ao Quilombo da Lapinha, reacendeu nas famílias a esperança de que seu clamor por efetivação do direito constitucional ao território finalmente seria ouvido. Entretanto, a recente ação da Polícia Militar, equiparada às práticas do Capitão-do-mato, cuja função julgávamos ter sido extinta com a abolição da escravatura, trouxe revolta e descrédito no papel do Estado em promover a dignidade da pessoa humana. Por isso, as comunidades do Quilombo da lapinha vivem, hoje, uma grande tensão. A Polícia continua circulando as imediações do acampamento, intimidando as pessoas que encontram pelas estradas, além de manter viaturas no entorno do Parque Lagoa do cajueiro e na Sede da Fazenda Casa Grande.

http://www.ecodebate.com.br/2010/07/29/denuncia-pm-de-minas-gerais-aterroriza-comunidade-quilombola-e-aprisiona-lideranca-tradicional/

Índios Pataxós invadem segundo parque em MG


Índios Pataxós invadem segundo parque em MG


Desde 11 de julho, pataxós ocupam parte do Parque Estadual da Serra da Candonga

Índios reivindicam áreas de preservação ambiental, que ficam no Leste do Estado para instalar aldeias

Já são duas as ocupações de unidades de conservação ambiental feitas por índios pataxós, no Leste do Estado. Parte do Parque Estadual Serra da Candonga, em Guanhães, no Vale do Rio Doce, foi tomada por 35 índios – a maioria, mulheres e crianças – que reivindicam a área para a formação de uma aldeia. Desde 21 de julho, 80 integrantes da mesma etnia vivem no Parque Estadual do Rio Corrente, em Açucena. A reivindicação é a mesma: novas terras.

O grupo de Guanhães é chamado Minueira e tem como líder o cacique Paxohãn, nome que em tupi significa “idioma”. A intenção é fixar raízes na área ocupada. A invasão aconteceu em 11 de julho, mas só agora foi descoberta.

Paxohãn diz que a luta dos pataxós por uma nova área já dura cinco anos e a tomada do Parque da Candonga foi a alternativa encontrada para amenizar a má distribuição de terras destinadas às comunidades indígenas. Ele reclama do pouco espaço na Fazenda Guarani, em Carmésia ( Rio Doce), onde seu grupo e outros três, também pataxós, viviam. O terreno teria ficado pequeno devido ao aumento da população.

Outras queixas são a escassez de água, de mata, de animais para caça e até de matéria-prima para o artesanato, principal meio de sobrevivência dos pataxós. Ainda de acordo com o cacique, se a Candonga fosse um parque legalizado, “não estaria sendo desfrutado por fazendeiros e posseiros”.

“Ocupamos a Candonga e queremos criar nossas famílias aqui, além de cultivar e preservar o meio ambiente. Não pretendemos sair”, avisa o líder da comunidade, que espera receber a visita de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o apoio da Prefeitura de Guanhães para dar assistência à tribo.

O Parque Estadual Serra da Candonga fica em área de domínio da Mata Atlântica e tem 3.302 hectares. Com relevo suavemente ondulado, abriga 20 nascentes de cursos d’água – que formam os córregos Barra Mansa, Barreira e Conquista –, oito represas construídas, cachoeiras e corredeiras naturais. A Serra da Candonga fica a 13 quilômetros de Guanhães e também é conhecida pelo valor histórico, herança do tempo em que a extração do ouro movimentava a então São Miguel e Almas, no início do século XIX.

http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/indios-pataxos-invadem-segundo-parque-em-mg-1.151024

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Demarcação das terras indígenas cobrada na justiça

Demarcação das terras indígenas cobrada na justiça


Egon Dionísio Heck


“Somos um povo com muita força, espiritualidade e esperança, marcadas pela nossa experiência e sofrimento na busca incessante de nossas terras.
Nós, povos Kaiowá e Guarani, somos mais de 40 mil pessoas no estado de Mato Grosso do Sul. Temos a segunda maior população indígena do Brasil e a pior situação de violência e falta de terra em todo país.
Fomos expulsos de nossas terras e confinados em pequenas áreas. Destruíram nossas riquezas naturais, nossos rios e matas para dar lugar a soja, o gado, a cana e, agora, também o eucalipto. É inaceitável que um boi em Mato Grosso do Sul possua muito mais terra que um índio Kaiowá e Guarani. Os fazendeiros do agronegócio não se cansam de nos caluniar e de nos ameaçar por estarmos lutando pela demarcação de nossas terras sagradas”.
(Carta da Aty Guasu de Kurusu Ambá-28 de julho 2010).


Dia bonito de sol aberto. Sob a tenda da plenária a benção dos deuses. Sob a mesa rústica os inúmeros “Koatiá”-documentos são abençoados e entregues às autoridades. Eles expressam montanhas de sofrimentos e esperanças. Sobre Kurusu Ambá abriga o aguerrido povo Kaiowá Guarani em mais uma Aty Guasu. Momento de solidariedade, força e união. A reivindicação maior está na carta das lideranças “nós nunca abandonaremos a luta por nossos territórios tradicionais”.

Ministério Público cobra

O procurador Dr. Tiago, do Ministério Público em Ponta Porã informa aos participantes da Aty Guasu as providencias que estão sendo tomadas. A mais importante é a cobrança judicial do Termo de Ajustamento de Conduta-TAC, assinado há quase três anos, cujos prazos não estão sendo cumpridos. A identificação de 36 terras indígenas Kaiowá Guarani deveria estar concluído até 30 de junho do ano passado. Até hoje isso não ocorreu. Por isso está sendo cobrado judicialmente da FUNAI a multa de quase R$ 400.000,00 conforme previsto no TAC. O dinheiro será revertido para as comunidades indígenas, afirma o procurador Tiago.

Além disso nessa mesma ação judicial, que ontem foi registrada na justiça federal de Dourados, o Ministério Publico Federal, estabelece um prazo de 60 dias para a FUNAI concluir o relatório de identificação das terras. Caso isso não aconteça o próprio Ministério Público acionará os antropólogos parra que concluam os trabalhos. “Esperamos que os termos dessa ação sejam amplamente divulgadas, pois é um absurdo a lentidão e descaso com que está sendo tratada a questão das terras indígenas no Mato Grosso do Sul. É uma afronta à Constituição.Que o governo cumpra sua obrigação. Os Guarani cobrem e pressionem unidos e organizados o cumprimento desses prazos”, disso Dr. Tiago.

Essa tem sido uma das comunicações mais importantes feitas na grande Assembléia. Porém outras informações importantes estavam sendo aguardadas, principalmente no que diz respeito aos processos envolvendo assassinados das lideranças indígenas. Com relação ao processo sobre o assassinato dos professores Guarani do Ypo’i, Genivaldo e Rolindo, disse que as comprovações dos violentos assassinatos já estão bem consistentes no inquérito, que deverá estar concluído dentre de 60 dias. Já quando à localização do corpo do Rolindo, mostrou-se o procurador um tanto pessimista “acho muito difícil encontrar o corpo que deve ter sido escondido, enterrado em algum lugar”. Porém não descartou a possibilidade de voltar à procura, caso surjam pistas concretas a esse respeito. Outras informações sobre andamento de inquéritos de lideranças indígenas assassinadas foram prestadas. Com relação a Nhanderu Marangatu, cujo laudo pericial já foi concluído e entregue ao juiz, disse se uma questão de consciência e promessa de não sair de Ponta Porã sem ter se empenhado para que volte aos índios em breve, boa parte dos 9.300 hectares já demarcados e cujo de revalidação da homologação, aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Na carta da Aty Guasu de Kurusu Ambá (link para doc salvo hoje), que aconteceu de 25 a 28 de julho, com muito debate, celebração, indignação e esperança, assim expressam as lideranças sua disposição de continuar a luta “Queremos nossas terras de volta, e vamos retomá-las, para que nossas matas voltem a crescer e nossos córregos voltem a correr e nossas crianças tenham futuro.

O que não entendem, ou não querem entender, é que jamais vão conseguir nos calar ou fazer com que deixemos nossa luta pela retomada de nossas terras! É um caminho sem volta! Quanto mais nos agridem mais decididos ficamos pela reconquista definitiva de nossos territórios. E mais vamos avançar! Podem passar várias gerações e nosso povo continuará até a retomada de TODAS as nossas terras tradicionais!”

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1〈=PT&cod=49799

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WikiLeaks, o site que abre governos



WikiLeaks, o site que abre governos
Uma fundação formada por apenas cinco voluntários fixos desafia empresas e governos de todo o mundo
Célio Yano, de EXAME.com


São Paulo - Desde que foi lançado, no fim de 2006, o WikiLeaks nunca recebeu tanta atenção quanto nesta semana. A publicação de mais de 90 mil documentos que revelam informações secretas sobre a guerra no Afeganistão estremeceu as bases de autoridades dos Estados Unidos e Paquistão e mostrou que a mesma internet que ajudou a colocar Barack Obama na presidência norte-americana também pode se voltar contra seu governo. Mas os relatórios não são os primeiros documentos confidenciais a cair nas mãos do WikiLeaks (cujo "leaks" vem de "vazamento", em inglês). E certamente também não serão os últimos.

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O site já publicou informações que apontaram a ideologia xenófoba de um partido político de extrema-direita no Reino Unido, denunciaram o ataque indiscriminado do exército americano contra um grupo de civis iraquianos, mudou os rumos de uma eleição no Quênia, desagradou instituições financeiras na Suíça e defensores da cientologia.

Atualmente, o site diz ter recebido mais de um milhão de documentos. Em março deste ano, o serviço de inteligência dos Estados Unidos emitiu um ofício no qual declarava que o WikiLeaks representava uma "ameaça às Forças Armadas".

Nada disso teria ocorrido não fosse uma pessoa: Julian Assange, de 39 anos, o ex-hacker australiano que fundou o site e definiu como ele iria funcionar. O WikiLeaks não tem fins lucrativos, não tem uma sede própria e funciona com uma equipe de apenas cinco voluntários fixos - um grupo entre 800 e mil pessoas, entre técnicos em informática, advogados e jornalistas, colabora esporadicamente. As fontes que passam as informações para o grupo são absolutamente confidenciais.

A política do WikiLeaks reflete a própria personalidade de Assange, uma figura discreta que evita ao máximo a exposição pública. O site Exame tentou entrar em contato com ele durante os últimos dias, sem sucesso.

Fonte: http://portalexame.abril.com.br/tecnologia/noticias/wikileaks-site-abre-governos-583388.html

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NOTA DA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CRISTÃ DEUS É FIEL:
Eclesiastes (Cohèlet) 4: 12 = " O cordão de três dobras não se quebra tão depressa."

Semana do Advogado 2010



Defensores dos direitos humanos serão homenageados na abertura da Semana do Advogado

O advogado Bruno Alves de Souza Toledo, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CDH-ES), e padre Saverio Paolillo (padre Xavier), da Pastoral do Menor do Espírito Santo, serão homenageados pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Espírito Santo (OAB-ES) com a entrega da comenda "Ewerton Montenegro Guimarães", concedida aos que se destacam na luta em defesa dos direitos humanos. As homenagens fazem parte da programação da solenidade de abertura da Semana do Advogado, no dia 4 de agosto, às 19 horas, no Auditório da Ordem.

A abertura solene contará com a presença do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante.

Também faz parte da programação comemorativa do "mês do advogado", o ciclo de palestras organizado pela OAB-ES e a Escola Superior de Advocacia (ESA/OAB-ES) nos dias 5 e 6 de agosto, no Centro de Convenções de Vitória. O tema será "Direito em Tempos de Neoconstitucionalismo" e a palestra de abertura será com o ex-presidente do STF, Sepúlveda Pertence.

OAB-ES solicita e TJES suspende prazos na Semana do Advogado

Atendendo solicitação do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Espírito Santo (OAB-ES), Homero Junger Mafra, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Manoel Alves Rabelo, determinou a suspensão dos prazos processuais e publicações entre os dias 4 e 10 de agosto, período em que serão realizadas as comemorações da Semana do Advogado.

A determinação do Ato Normativo levou em consideração o art. 58 da resolução nº15/95 do regimento interno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. A medida foi publicada no Diário da Justiça de quinta-feira (22).

Confira os detalhes do Ato Normativo:


PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
ATO NORMATIVO 30/2010
O Excelentíssimo Senhor Desembargador Manoel Alves Rabelo, DD Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, no uso de suas atribuições legais, e
CONSIDERANDO os termos do Ofício GP nº 142/2010, da lavra do Ilustrissimo Senhor Dr. Homero Junger Mafra, MD Presidente da OAB-ES, protocolizado neste Tribunal sob o número 201.00.704.971;
CONSIDERANDO o disposto no Art. 58 da Resolução nº 15/95 - Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, que atribui ao Presidente do Tribunal de Justiça a competência geral para exercer a superintendência de todo o serviço judiciário, na qualidade de Chefe da Magistratura do Estado;
RESOLVE:
DETERMINAR a suspensão dos prazos processuais e publicações entre os dias 4 e 10 de agosto de 2010, ocasião em que acontecerá a Semana do Advogado.
Publique-se.
Vitória, 19 de julho de 2010.
Desembargador Manoel Alves Rabelo
Presidente

Fonte: OABES

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Água: um santo remédio



Água um santo remédio

Você sabia que muitas pessoas têm problemas de saúde provocadas pela falta de água no organismo, e sem saber vivem tomando remédios, gastando dinheiro e se intoxicando com drogas, tentando curar esses problemas, sem conseguir. Na verdade precisam de água e não de remédios. Somente tomando bastante água poderão resolver seus problemas de saúde. Será que você está entre as pessoas que bebem pouca água?
Beber Bastante Água
O seu corpo é formado de 65% de água. E essa água precisa ser renovada continuamente, a cada hora. Todo funcionamento do seu organismo depende de água:
As reações químicas
A respiração
A circulação
O funcionamento dos rins
A desintoxicação
A digestão
Os sistemas de defesa
A pele
Tudo que é necessário para manter a vida.
Quando falta ou existe pouca água no corpo, todo o funcionamento do organismo fica prejudicado. Beber bastante água todos os dias, faz com que o organismo fique mais equilibrado, mais resistente, funcionando melhor em todas as áreas, e também contribui para a cura de qualquer problema de saúde existente.
Os Prejuízos de Beber Pouca Água
O organismo, recebendo pouca água, fica desidratado. Cansaço,indisposição, pele seca, cabelos secos, dores de cabeça, problemas digestivos, inflamações, cistites, formação de cálculos (pedras), alterações de pressão arterial, da circulação, do sistema hormonal,irritabilidade, insônia, celulite e acumulo indesejado de gordura são alguns exemplos do que pode acontecer para quem bebe pouca água. Na falta de água, fica prejudicado o sistema natural de limpeza e desintoxicação do organismo. Esse sistema é indispensável para a saúde, mas só funciona se existir qrande quantidade de água. Você conseguiria fazer uma limpeza em sua casa com apenas 1 ou 2 copos de água? Claro que não. O organismo também não. Se a água é pouca, não é possivel fazer as eliminações e lipeza necessárias. Assim, ficam retidas dentro do corpo subtâncias tóxicas, prejudiciais, contribuindo para o aparecimento das mais variadas doenças.

A Quantidade de Água Que Você Deve Beber Por Dia
Você deve beber de 2 a 4 litros de água por dia (8 a 16 copos). Nunca menos de 2 litros (8 copos). A quantidade depende da temperatura do dia, da atividade que você realiza, se faz muito ou pouco esforço físico, se trabalha exposto ao sol ou na sombra. De qualquer forma, nunca pode ser menos de 2 litros por dia.

Como Saber se a Quantidade de Água Que Toma é Suficiente
Existem dois sinais fáceis para você saber a quantidade de água que bebe está suficiente:
A quantidade de urina que você elimina.
A cor da sua urina.
Quando a quantidade de água é suficiente, a urina é eliminada em grande quantidade e em cor clara, transparente como água. Se a sua urina é pouca e de cor escura, o seu corpo está avisando que precisa de mais água, mesmo que esteja bebendo 2 litros por dia. É sinal que você precisa de mais , quem sabe, 3 ou 4 litros.

Como Tomar Água?
A água deve ser tomada ao longo de todo dia. Beber um ou dois copos, pela manhã , ao acordar; ao deitar a noite; durante o dia, de uma em uma hora. Beba água mesmo que não tenha sede, pois isso não significa que seu organismo não precisa de água. O ideal é não beber água junto com as refeições, pois atrapalha a digestão. Beba meia hora antes e uma hora após as refeições. Muitos não bebem água porque esquecem. Por isso, coloque a água ao seu alcance: no local de trabalho na sua mesa, no quarto a noite, na viagem, de maneira que você a veja sempre e lembre-se de toma-la. Aos poucos você vai se acostumando até não mais esquecer e sentir falta dela.

Têm Que Ser Água
Sim, têm que ser água. A água é o liquido ideal para a hidratação do organismo e não deve ser substituída por outros líquidos, tais como refrigerantes, chás e sucos. Pois esses outros líquidos, possuem algumas moléculas em sua formação que podem contribuir para a perda de água no organismo e ainda podem conter conservantes, corantes, açucares, sódio entre outros.

Conclusão
Entenda a importância de beber 2 a 4 litros de água por dia. Sua vida vai mudar. Muitos problemas que você sente poderão desaparecer somente por você passar a beber a água que o seu organismo precisa. Tome a decisão: vou beber 2 a 4 litros de água por dia. Vou beber 1 copo de água de uma em uma hora, mesmo que não tenha sede. Vou manter meu corpo bem hidratado.
Água é vida
Água é defesa
Água é desintoxicação
Água é boa disposição
Água é saúde .
Mas nunca tome ou deixe de tomar medicamentos sem o conhecimento de seu médico.
Ele é sempre a pessoa ideal para cuidar da sua saúde.
Beba água com estômago vazio.

Hoje é muito popular, no Japão, beber água imediatamente ao acordar. Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores. Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores. Para doenças antigas e modernas, este tratamento com água tem sido muito bem sucedido.... Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças: Dores de cabeça, dores no corpo, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, problemas do aparelho urinário e doenças renais, vómitos, gastrite, diarreia, diabetes, hemorróidas, todas as doenças oculares, obstipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta. Método de tratamento: 1. De manhã e antes de escovar os dentes, beber 2 copos de água. 2. Escovar os dentes, mas não comer ou beber nada durante 15 minutos. 3. Após 15 minutos, você pode comer e beber normalmente. 4. Depois do lanche, almoço e jantar não se deve comer ou beber nada durante 2 horas. 5. Pessoas idosas ou doentes que não podem beber 2 copos de água, no início podem começar por tomar um copo de água e aumentar gradualmente. 6. O método de tratamento cura os doentes e permite aos outros desfrutar de uma vida mais saudável. A lista que se segue apresenta o número de dias de tratamento que requer a cura das principais doenças:
1. Pressão Alta - 30 dias 2. Gastrite - 10 dias 3. Diabetes - 30 dias 4. Obstipação - 10 dias 5. Câncer - 180 dias 6. Tuberculose - 90 dias 7. Os doentes com artrite devem continuar o tratamento por apenas 3 dias na primeira semana e, desde a segunda semana, diariamente. Este método de tratamento não tem efeitos secundários. No entanto, no início do tratamento terá de urinar frequentemente. É melhor continuarmos o tratamento mesmo depois da cura, porque este procedimento funciona como uma rotina nas nossas vidas. Beber água é saudável e dá energia. Isto faz sentido: o chinês e o japonês bebem líquido quente com as refeições, e não água fria. Talvez tenha chegado o momento de mudar seus hábitos de água fria para água quente, enquanto se come. Nada a perder, tudo a ganhar!
Para quem gosta de beber água fria. Beber um copo de água fria ou uma bebida fria após a refeição solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão. Uma vez que essa 'mistura' reage com o ácido digestivo, ela reparte-se e é absorvida mais rapidamente do que o alimento sólido para o trato gastrointestinal. Isto retarda a digestão, fazendo acumular gordura em nosso organismo e danifica o intestino. É melhor tomar água morna, ou se tiver dificuldade, pelo menos água natural. Nota muito grave - perigoso para o coração: As mulheres devem saber que nem todos os sintomas de ataques cardíacos vão ser uma dor no braço esquerdo. Esteja atento para uma intensa dor na linha da mandíbula. Você pode nunca ter primeiro uma dor no peito durante um ataque cardíaco. Náuseas e suores intensos são sintomas muito comuns. 60% das pessoas têm ataques cardíacos enquanto dormem e não conseguem despertar. Uma dor no maxilar pode despertar de um sono profundo... Sejamos cuidadosos e vigilantes. Quanto mais se sabe, maior chance de sobrevivência...


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Projeto prevê políticas de desenvolvimento para povos tradicionais



Projeto prevê políticas de desenvolvimento para povos tradicionais

Agência Câmara - 27/07/2010

A Câmara analisa o Projeto de Lei 7447/10, do deputado Luiz Alberto (PT-BA), que estabelece diretrizes para o desenvolvimento sustentável de povos e comunidades tradicionais no Brasil, como os indígenas e os quilombolas. O projeto encarrega o governo federal e os governos estaduais de elaborar, com a participação dessas populações, políticas que garantam direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais.

Deverão ser levadas em conta, na formulação das políticas, as informações referentes a etnia, raça, gênero, idade, religiosidade, ancestralidade, orientação sexual e atividades laborais e educacionais existentes.

Entre as diretrizes previstas no projeto está a erradicação de todas as formas de discriminação. Além disso, deverão ser adotadas medidas para resolver os conflitos gerados pela implantação de unidades de conservação ou por obras e empreendimentos em territórios dos povos tradicionais.

Inclusão

O projeto prevê ainda, entre outros pontos, o acesso dos povos tradicionais a alimentos de qualidade, ao sistema previdenciário, à saúde, a crédito e a todas as informações dos programas destinados a eles.

O Decreto 6.040/07, do presidente da República, já instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. O deputado Luiz Alberto afirma, no entanto, que essa política também precisa estar prevista em lei.

"As políticas públicas de longo alcance devem ter sustentação em diplomas legais discutidos e aprovados no Congresso. Isso dá a elas maior legitimidade, torna sua apreciação mais profunda, transparente e completa e reequilibra a divisão de Poderes", explica o deputado.

Tramitação

O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Educação e Cultura; de Direitos Humanos e Minorias; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O Projeto: www.camara.gov. br/internet/ sileg/Prop_ Detalhe.asp? id=480122

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O jovem e o voto facultativo



O jovem e o voto facultativo

"Pessoalmente, fico espantado como tanta gente consegue lamentar a baixa participação dos jovens na política e defender a adoção do voto facultativo. Os eleitores adultos tenderiam a agir exatamente como os eleitores menores de idade"

O TSE divulgou, na semana passada, as estatísticas referentes à composição demográfica do eleitorado apto a votar nas eleições gerais do próximo mês de outubro. As principais manchetes foram dadas à redução do alistamento eleitoral dos jovens com menos de 18 anos. O tom dessas reportagens foi quase sempre negativo. Mas poucos se lembram que oscilações como essa são típicas dos sistemas de voto facultativo.

Os dados do Tribunal Superior Eleitoral revelaram haver nada menos do que 135,8 milhões de eleitores habilitados a exercer o direito de voto agora em 2010. Nos países democráticos, esse número só é inferior aos dos Estados Unidos e da Índia. Provavelmente, nenhum outro documento oficial deve ser tão difundido na população como o título de eleitor.

Os eleitores com 16 e 17 anos - os quais votarão pela primeira vez em suas vidas - alcançaram a marca de quase 2,4 milhões nessa eleição. Assim, o eleitorado de primeira viagem representará menos de 1,8% do eleitorado total. Tanto em termos absolutos como em termos relativos, esses números são inferiores aos de eleições passadas.

Quase todas as reportagens que li sobre o assunto deram crédito à tese de que essa redução da participação jovem refletiria uma forte desilusão desse segmento do eleitorado em relação à política. Ainda não estou totalmente convencido disso, pois o gradual envelhecimento da população tende justamente a elevar a idade média do eleitorado.

Mas, mesmo supondo que essa tese seja verdadeira, poucos comentadores chamaram a atenção para o que me parece ser mais relevante nesse debate: é a própria legislação brasileira que estabelece que o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os jovens de 16 e de 17 anos (e obrigatórios para os maiores de 18). Assim, a decisão de registrar-se para votar é uma decisão totalmente individual de cada eleitor.

Essa é uma estrutura de incentivos que, de fato, tende a mobilizar mais eleitores jovens para votar sempre que as eleições sejam percebidas como extraordinárias ou excepcionais - seja pelo perfil dos candidatos envolvidos, seja pelas questões políticas substantivas que estiverem em jogo. A candidatura presidencial de Barack Obama nos EUA teve exatamente tais características. Por outro lado, eleições vistas como consultas populares rotineiras dificilmente atrairão novos eleitores nas mesmas proporções - e essa parece ser exatamente a atual conjuntura brasileira.

Pessoalmente, fico espantado como tanta gente consegue, ao mesmo tempo, lamentar a baixa participação dos jovens na política e defender a adoção do voto facultativo para o conjunto da população. O fato é que os eleitores adultos tenderiam a agir exatamente como os eleitores menores de idade. A sua participação eleitoral seria diretamente proporcional ao seu interesse por cada eleição específica. Assim como já acontece em todos os países que adotam o voto facultativo.

Também não podemos nos esquecer de que esses 2,4 milhões de eleitores de primeira viagem - exatamente por serem voluntários - provavelmente terão uma participação eleitoral superior à média da população. No devido tempo, outras pesquisas mostrarão que esses eleitores se abstiveram menos e que deram menos votos nulos e em branco nessas eleições. Afinal, não teria sentido eles tirarem título de eleitor e, na hora da onça beber água, desperdiçarem o seu voto.

Em suma, não vejo muitas razões para preocupação com a redução do alistamento eleitoral dos jovens nessa eleição. E, que ninguém nos ouça, vamos combinar o seguinte. Em qualquer país e em qualquer tempo, sempre haverá coisas mais interessantes do que a política na lista de preocupações de jovens adolescentes. Ainda bem!

Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=14&cod_publicacao=33789

domingo, 25 de julho de 2010

Reivindicações dos povos indígenas

Reivindicações dos povos indígenas


Na América Latina o conceito de sociedade multicultural pode aludir a realidades verdadeiramente díspares. Não é a mesma coisa pensar no pluralismo cultural de uma cidade como Buenos Aires, e no de Quito, Lima, Quetzaltenango, Oaxaca ou La Paz.

Na América Latina o conceito de sociedade multicultural pode aludir a realidades verdadeiramente díspares. Não é a mesma coisa pensar no pluralismo cultural de uma cidade como Buenos Aires, e no de Quito, Lima, Quetzaltenango, Oaxaca ou La Paz.

No primeiro caso, as culturas que ali se desenvolveram têm uma origem e uma marca predominantemente européia, e engrandeceram uma identidade crioula para a qual contribuíram as identidades dos imigrantes italianos, espanhóis, franceses, ingleses e outros, em termos de um alto grau de respeito recíproco. Pode-se notar que esta identidade foi forjada à custa do sacrifício das populações originárias, de cujas identidades não ficaram nem sequer vestígios, e da segregação de outras populações migrantes tão importantes como a boliviana ou a paraguaia.

Por outro lado, o mosaico sócio-cultural das outras cidades que mencionei está fortemente impregnado da presença das diferentes coletividades indígenas originais, e o diálogo intercultural - se é que se pode falar de algo assim - se deu entre elas e a porção mestiça e/ou crioula que deteve as principais situações do poder local.

De qualquer maneira, em ambos os casos é possível falar de sociedades multiculturais, pois se pode verificar o fato de que coletividades pertencentes a diferentes padrões culturais coexistem em seus respectivos âmbitos territoriais, sejam quais relações ocorram entre elas. Independentemente de quão remotos ou recentes sejam suas origens, no contexto das relações interculturais cotidianas, em nossas sociedades são reproduzidas as imposições, traumas e complexos herdados da história.

No melhor dos casos, a reivindicação de traços culturais indígenas por parte da coletividade mestiça ou do calendário oficial de eventos não vai além de se assumir aspectos meramente folclóricos e formais, reproduzindo as relações de poder e o etnocentrismo com o qual as nações latino-americanas projetaram o regime colonial ao se tornarem independentes da metrópole.

Por isso, o conceito de interculturalidade, diferentemente do de multiculturalidade, traz uma carga irrefutável de valores, relações e ideologias. Este conceito refere-se ao grau de verticalidade ou horizontalidade do diálogo e das relações entre os povos e suas culturas na difícil estruturação de nossas sociedades como sociedades plurais, nas quais se reconhece o direito de todos os seus componentes a defender e cultivar suas visões cosmológicas particulares e suas próprias tradições sem menosprezo e com total respeito pelas demais.

As condições nas quais se dão as relações interculturais têm se traduzido, em geral, na violência contra os povos indígenas em suas diversas expressões: desde os massacres genocidas, o desapreço, a marginalização, a limitação de oportunidades, as agressões físicas e morais, a exploração econômica, o trabalho infantil, a escravidão sexual, até a compaixão e o paternalismo que negam a dignidade humana e revelam a profunda ignorância sobre o muito que se tem para aprender das culturas indígenas. De fato, as tradições comunitárias dos povos indígenas têm demonstrado um vigor e uma coerência muito superiores não apenas para organizar a convivência social de maneira mais eqüitativa e solidária, mas também para garantir a harmonia entre o homem, sua comunidade e a natureza de uma maneira mais respeitosa e sustentável.

Por isso, quando pensamos na gestão pública que deveria corresponder às sociedades multiculturais, nossas idéias são referentes, primeiramente, à necessidade de reconstruí-las em termos de um equilíbrio de poder mais horizontal e respeitoso; em segundo lugar, ao reconhecimento do importante aporte que nossas culturas, até hoje subjugadas, podem dar para o estabelecimento de melhores condições de convívio para todos.

Com respeito ao primeiro aspecto, é evidente que não serão as condições do mercado nem a inércia das circunstâncias atuais que gerarão espontaneamente os equilíbrios desejados. Portanto é preciso projetar políticas públicas expressas e consensuais que identifiquem as mudanças necessárias a curto, médio e longo prazo, identificando as tarefas, as responsabilidades, os atores e os recursos que as tornem possíveis. Quanto ao segundo, não é suficiente só uma abertura por parte das instituições para reconhecer, compreender e aplicar de maneira criativa os múltiplos ensinamentos que derivam da visão cosmológica de nossos povos. Em ambos os casos, estamos falando de sistemas de valores que devem ser descobertos e compreendidos positivamente e sem preconceitos.

Nenhum esforço institucional, por mais importante que seja, será suficiente se o conjunto da sociedade não assumir este desafio e o tornar realidade. Não basta que nos convoquem de tempos em tempos para votar, nem que nos convidem a fazer parte de instâncias ou organismos onde nossa voz se dilui no mar da burocracia. O que faz falta é a ampliação e a qualificação dos espaços de participação e dos mecanismos das democracias latino-americanas. Trata-se de requisitos que hoje são tão importantes como a reforma do sistema educacional ou a regulamentação dos meios de comunicação. O denominador comum destas tarefas é o conceito de responsabilidade pública, em suas dimensões institucional e social.

Fonte: Revista Eco 21, ano XV, Nº 98, janeiro/2005.

Por Rigoberta Menchú - Líder indigenista, Prêmio Nobel da Paz (1992)

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Reflexões acerca da pureza cultural indígena

Reflexões acerca da pureza cultural indígena

A população indígena brasileira, de acordo com a FUNAI, soma cerca de 410.000 índios divididos em 220 povos, incluindo aqueles que vivem fora das aldeias.

A população indígena brasileira, de acordo com a FUNAI, soma cerca de 410.000 índios divididos em 220 povos, incluindo aqueles que vivem fora das aldeias. Essa população encontra-se em diferentes processos de integração com a sociedade nacional, apresentando um quadro bastante complexo, onde temos desde índios recém contactados a índios cujo contato remontam há séculos, a partir das frentes de expansão. Nesse sentido, temos etnias que estão reduzidas à massa uniforme do campesinato brasileiro e etnias que resistiram no processo de integração nacional. Etnias tidas como desaparecidas e etnias ressurgidas a partir de mecanismos de re-construção de identidade étnica. Há grupos vivendo em áreas de 800 hectares por índio, como ocorre na Amazônia, e grupos em que cada índio não ocupa mais do que 0,59 hectare, como ocorre no estado do Mato Grosso do Sul.

Este cenário indígena gera discursos e afirmativas, na maioria das vezes conflitantes entre índios e outros segmentos da sociedade brasileira, que disputam com os índios as terras, os recursos naturais e, até mesmo, valores simbólicos da identidade nacional. A dificuldade em definir se são ou não índios; se é necessário integrá-los definitivamente ou mantê-los como estão; e se possuem muitas ou poucas terras, são algumas das questões que dividem opiniões, além das divulgadas na mídia nacional e internacional, como no caso das mortes de crianças indígenas vítimas de desnutrição. Em conjunto, todas essas questões estão interligadas e merecem reflexões.

É de conhecimento amplo que as terras indígenas são fundamentais para a sobrevivência física e cultural dos índios, por serem tradicionalmente povos coletores e caçadores e por estabelecerem com elas uma relação simbólica. Hoje, a maioria das sociedades indígenas enfrenta dificuldades em relação a sustentabilidade e à gestão de seus territórios. Os que praticam a agricultura perderam parte de suas técnicas de cultivos, suas sementes tradicionais, e tornaram-se monocultores dependentes de insumos comerciais e de bens que não têm como produzir.

As áreas indígenas são ricas em recursos naturais e, em geral, estão localizadas em regiões de fronteira agrícola e de expansão do capital, tornando-se, freqüentemente, alvo de conflitos. Estes se dão, entre outros motivos, por terem sido as terras indígenas vendidas a títulos de propriedade, em passado recente, pela própria União, que atualmente, numa espécie de mecanismo compensatório pela expropriação territorial, concede aos índios a posse permanente das terras, sem que os atuais proprietários, fazendeiros, produtores, empresários, assentados, entre outros segmentos sociais, sejam devidamente indenizados. Esses fatos geram novos conflitos e corroboram para um complexo ideológico presente nos discursos os mais variados, quer seja do senso comum, quer seja dos representantes das camadas mais elitizadas e intelectualizadas, que põem em “xeque” a pureza cultural ou primitividade dos índios quanto à questão de serem ou não índios e, portanto, merecedores ou não de seus direitos constitucionais.

Nesse aspecto, cabe ressaltar, que não existe pureza cultural, todas as sociedades são dinâmicas e é dessa forma que as culturas se reproduzem. O fato de alguns grupos indígenas não usarem cocares, flechas e bordunas e terem passado por um longo processo de descaracterização cultural não quer dizer que não sejam mais índios. A incorporação de rituais, crenças e práticas exógenas pelos índios não significa, necessariamente, que sua cultura deixou de ser autêntica e que, portanto, tais índios passaram a ser “falsos índios” ou “ex-índios”. Os estudos desenvolvidos com as sociedades indígenas, em particular os desenvolvidos por João Pacheco de Oliveira Filho, têm mostrado que elementos externos são ressemantizados e fundamentais para a preservação ou adaptação de organizações sociais e de modos de vida. Além de que, cabe indagar, se seria possível que as coletividades indígenas em contato com o mundo envolvente fossem totalmente refratárias aos fluxos culturais globais e as pressões do capitalismo.

Ainda nesse sentido, cabe esclarecer que os direitos indígenas não decorrem de uma condição de primitividade ou de pureza cultural a ser comprovada nos índios atuais. Eles decorrem, como bem pontua o antropólogo supracitado, pelo fato de serem reconhecidos pelo Estado brasileiro e pela sociedade nacional como descendentes da população autóctone. A tentativa de diferenciar os índios quanto aos seus direitos e de classificá-los pelo grau de primitividade não possui fundamentação científica. Fundamenta-se sim, no preconceito e no desconhecimento da dinâmica cultural das sociedades humanas.

A situação indígena atual, assim como a questão que envolve as relações interétnicas, é complexa e exige análise sob vários pontos de vista. A auto-sustentação tem sido um tema cada vez mais presente na agenda de discussões sobre direitos indígenas, uma vez que afeta a própria existência dessas sociedades, suas interações econômicas com a sociedade envolvente e, em particular, suas relações com o governo brasileiro. As soluções para as problemáticas indígenas impõem desafios aos diversos segmentos da sociedade, quer seja por órgãos políticos–administrativos, quer seja por instituições de pesquisa e desenvolvimento que atuam no país, como a Embrapa, por exemplo.

Atualmente os órgãos públicos federais, estaduais e municipais estão sendo chamados pelo governo brasileiro para atuarem interinstitucionalmente na articulação de ações conjuntas para enfrentar o problema da desnutrição na área indígena Guarani-kaiowá no MS. Cabe lembrar, que essas ações devem buscar como resultado o fortalecimento da produção de alimentos, bem como o da infra-estrutura de produção capazes de gerar rendas na economia de mercado e que, sobretudo, levem em consideração os conhecimentos indígenas e o respeito à sua diversidade, onde a participação dos índios é fundamental na formulação das políticas e na execução das ações, pois as demandas, como bem sabem os índios, não são mais aquelas ditadas por suas culturas tradicionais e sim as decorrentes do seu relacionamento com a sociedade envolvente.

Gercilene Teixeira (gerci@cpap.embrapa.br) é pesquisadora da Embrapa Pantanal, Corumbá-MS, mestre em Antropologia Cultural.

Por Gercilene Teixeira

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Satélite aponta redução de 47% no desmate da Amazônia

Satélite aponta redução de 47% no desmate da Amazônia


Dados de satélite sinalizam que o desmatamento na Amazônia pode ter uma redução grande neste ano. Entre agosto de 2009 e maio de 2010, 1.567 km2 foram desmatados – uma redução de 47% em comparação com o período 2008/2009 (2.960 km2).

Esses números do Deter, o sistema de detecção em tempo real do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), porém, não são completos.

Têm de ser confirmados pelo Prodes, o sistema mais preciso usado pelos pesquisadores do instituto.

Por não ser em tempo real, porém, o Prodes não aponta com agilidade novos focos de desmatamento para o Ibama. Ainda tem dados de 2010.

O Deter, mesmo sendo ágil, sofre com a cobertura de nuvens (o Prodes fotografa só durante a seca), que varia mês a mês, barrando a visão dos satélites e tornando difícil estabelecer boas tendências de desmatamento. Nos últimos meses, Estados campeões de desmate, como o Pará, estavam encobertos.

Os números acima também não incluem junho e julho, em que tradicionalmente se desmata muito. Além disso, há um limitação de resolução do Deter, que só identifica desmates maiores do que 25 hectares (o Prodes vê áreas de até seis).

Segundo Dalton Valeriano, que coordena os dois programas dentro do Inpe, como a proporção de desmatamentos grandes está diminuindo na Amazônia, é natural que os números do Deter encolham. Afirmar que o país está desmatando menos ainda é mera “especulação”, diz.

“Hoje, o desmatamento pequeno representa até 60% do total. É muito mais fácil fiscalizar os grandes.”

Em 2009, o Deter apontou cerca de 3 mil km2 de desmatamento na Amazônia. O Prodes encontrou 7.500 km2. (Fonte: Ricardo Mioto/ Folha.com)

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sábado, 24 de julho de 2010

Conferência Missionária da Missão Semear 2010

Conferência Missionária da Missão Semear 2010

06/08 19:00 h - Noite das nações (venha com roupas típicas)

07/08 08:00 h – Aula de Espanhol e Islamismo

14:00 h - Fórum sobre missões

19:00 h – Culto

Local: 1ª Igreja Batista em Bento Ferreira

Rua: Chafic Murad,1000

Bairro: Bento Ferreira

Próximo a “Rede Gazeta”

Obs. Se possível leve 1 um quilo de alimento não perecível para a casa de recuperação.

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NOTA DA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CRISTÃ DEUS É FIEL:
Não temos ligação com a citada Igreja ou à Missão que promove a Conferência ou à Casa de recuperação.
Estamos tão somente divulgando o evento.
Não possuimos ligação com nenhuma Denominação Religiosa ou Grupos quer religiosos, filosóficos ou políticos.

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Pataxós invadem Parque Estadual do Rio Corrente


O Conselho Indigenista Missionário em Belo Horizonte - MG foi informado
ontem, 23/07/2010, de que um grupo de 60 índios teria ocupado uma área no
município de Açucena - MG, Vale do Rio Doce, e que a população já está
comentando o fato, o que é preocupante.

Entramos em contato com a Funai, em Governador Valadares, que nos informou se tratar de um grupo Pataxó da Fazenda Guarani, município de Carmésia, liderado pelo cacique Bayara, que já entrou em contato com a Procuradora da Funai, Dra. Carolina, que está se movimentando em torno do caso.

Entramos em contato também com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Açucena, que nos informou ter sido procurado pelo prefeito da cidade, que se encontrava preocupado, e também que o comando da Polícia Militar de Ipatinga já estaria se deslocando para a região. Infelizmente, não obtivemos maiores informações, pois, até o momento, não foi possível contato com os índios.

As informações, no entanto, são de que se trata de cerca de um grupo de 60 índios Pataxó liderado pelo cacique Bayara. A área ocupada faz parte do Parque Estadual
do Rio Corrente, criado em 1998 através do Decreto 40168/1998, no Vale do Rio Doce, no município de Açucena - MG.

O Povo Pataxó da Fazenda Guarani, município de Carmésia, Vale do Aço, é oriundo da Aldeia Barra Velha, Extremo Sul da Bahia.
Na década de 50, foram expulsos de suas terras e trazidos para a Fazenda Guarani, junto com outros povos indígenas.
A fazenda passou a se constituir como Aldeia Pataxó, inicialmente com poucos
índios, aumentando com o passar dos anos. Atualmente a população é de mais
de 400 índios, sem condições de sobreviver em um espaço territorial pequeno
e já bastante explorado. Os grupos familiares constantemente têm
reivindicado aumento do território à Funai e ao governo do Estado, o que
tem sido negado. Portanto, a movimentação desse grupo, com certeza tem esse
objetivo - buscar novo espaço para manutenção de sua sobrevivência física e
cultural.


É preocupante a possível ação da Polícia Militar para a retirada dos índios do referido Parque Estadual. Nesse sentido, estamos fazendo vários contatos na região com grupos de apoio e solicitando à Funai providências que garantam a proteção do Povo Pataxó nesse momento tão delicado.


Belo Horizonte, 23 de julho de 2010.

CONSELHO INDIGENISTA
MISSIONÁRIO

REGIONAL LESTE

Fonte: cedefes.org.br

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NOTA DA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CRISTÃ DEUS É FIEL: Esperamos que, com a entrada dos novos servidores oriundos do último concurso público, a Fundação Nacional do Índio - FUNAI melhore a situação dos Povos Indígenas no Brasil.

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Se o frio mata até boi, imagine como estão os índios no MS

Se o frio mata até boi, imagine como estão os índios no MS


Mais de 2,7 mil bois morreram devido ao frio intenso no Mato Grosso do Sul na última semana, principalmente em áreas próximas à fronteira com o Paraguai. Bois magros e bezerros foram as principais vítimas das temperaturas perto de zero após experimentarem um calor de mais de 30 graus Celsius dias antes.


Pobres bois… Mas enquanto a morte do gado, que gerou prejuízos na casa dos milhões para os produtores do estado, ocupou manchetes, não vi o mesmo espaço ser dedicado à situação das populações indígenas ou trabalhadores rurais que acampam na beira da Estrada na espera pela terra. Um barraco de lona pode ser uma verdadeira geladeira nessas condições metereológicas.


Faço meu o questionamento de Egon Heck, do Conselho Indigenista Missionário: “Quando ligo a TV, vejo quase uma centena de gado que deixou de viver por hipotermia, ou seja, morreu de frio. No mesmo instante uma série de imagens começa me esquentar a mente. Como estarão os milhares de acampados embaixo da lona preta, índios e sem terra, por essas bandas de fronteira? Seu Farid, de Laranjeira Nhanderu, foi procurar uns pedaços de lenha molhada, difícil, pois jogados à beira da estrada estão proibidos de buscar lenha nas “propriedades”, fazendas da região. Talvez mal consigam aquecer o corpo, no meio do frio e da lama. Além do mais estão revoltados pela recente decisão do Tribunal Regional Federal, que negou o pedido de retornarem ao local donde foram expulsos. Lá ao menos estariam protegidos por árvores e teriam lenha para aquecer seus corpos. Uma outra pergunta me perturba.


Se nessa região, conforme afirmação do Kaiowá Anastácio, “um boi vale mais que uma criança e um pé de soja vale mais que um pé de cedro, e assim por diante”, certamente se bois morrem de frio, viram notícia, mas se algum índio, um indigente nas beiras de estrada ou calçadas da região, morrer de frio, será simplesmente uma morte, mas não uma notícia.”


Vale sempre lembrar que os guarani kaiowá do Mato Grosso do Sul enfrentam a pior situação entre os povos indígenas do Brasil, apresentando altos índices de suicídio e desnutrição infantil. O confinamento em pequenas parcelas de terra é uma das razões principais para a precária situação do povo, alijados de seus territórios tradicionais pela expansão do agronegócio. Sem alternativas, tornam-se alvos fáceis para os aliciadores de mão-de-obra e muitos acabaram como escravos em usinas de açúcar e álcool no Estado nos últimos anos.

Fonte: http://blogdosakamoto.com.br/ 2010/07/20/ se-o-frio- mata-ate- boi-imagine- como-estao- os-indios- no-ms/

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Estatuto da Criança e do Adolescente - Versão Indigenista


Com a participação de colaboradores, a Funai elaborou a primeira versão do Estatuto da Criança e do Adolescente comentado à luz da legislação nacional e internacional e à luz da antropologia e dos direitos dos povos Indígenas.

Servidores do órgão indigenista discutiram pontos fundamentais, como o conceito de família, adoção, intervenção penal e da atuação dos Conselhos Tutelares, ressaltando sempre a importância de subsidiar o diálogo entre os Conselhos e as comunidades indígenas.

Para democratizar o diálogo, foram convidados o Secretário Executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Benedito dos Santos, a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Ella Wiecko Castilho, a antropóloga representante do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), Rita Laura Segato e a antropóloga representante da Comissão de Assuntos Indígenas da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Elaine Moreira Lauriola.

O Secretário Executivo do Conanda, ressaltou a importância de universalizar os direitos da criança e do adolescente e definir as especificidades da população em geral, trabalhando as demandas locais. Segundo ele, Dourados/MS, por exemplo, tem um dos maiores números de população indígena e não tem um Conselho Tutelar, sendo que hoje existem 5 mil Conselhos Tutelares no Brasil, com 72 mil pessoas trabalhando para os direitos da Criança e Adolescente. Santos acredita que é necessário criar uma política de inclusão para as crianças indígenas. “É preciso juntar lideranças indígenas e Conselho Tutelar, construir novos códigos, negociar com as soberanias e ter a esperança de constituir o debate de forma mais eficaz”, esclareceu. Para a Antropóloga Elaine Lauriola, antes de tirar uma criança de sua aldeia é preciso pensar como ajudá-la, como trabalhar essa questão do ponto de vista antropológico, e nesse sentido pensar qual o papel do Conselho enquanto interventor.

Os participantes concluíram que, ainda há muitas reflexões sobre o que fazer já que trata-se de um tema complexo e delicado. O debate culminou com o agendamento de uma grande reunião envolvendo lideranças indígenas para um diálogo jurídico, em Dourados/MS, com o objetivo de fomentar o diálogo de saberes e o pluralismo jurídico. Além disso, foi sugerida uma próxima reunião de trabalho, nas instalações da UnB, com advogados indígenas para discussão do ECA comentado, que contará, também, com a participação de acadêmicos do curso de Direito.

Campanha “Índio Cidadão Brasileiro”

A funai em seu trabalho junto aos povos indígenas, tem se deparado cada vez mais com questões que afetam os direitos das crianças e dos adolescentes indígenas. O ECA embora tenha como princípio o respeito à diversidade cultural das crianças e adolescentes brasileiros, tem gerado conflitos e preconceitos na sua aplicação junto aos povos indígenas, ao invés de garantir a proteção, como se propõe. Nesse sentido, a Funai promove desde 2004 a campanha “Índio Cidadão Brasileiro” pelo respeito ao direito diferenciado dos jovens e crianças indígenas na aplicação do ECA, com a realização de diversas oficinas para debate do tema.

OS ÍNDIOS PURIS


OS ÍNDIOS PURIS

Fabiana Lima

"Os povos indígenas despertam todas as fantasias possíveis e imagináveis: Passam a ser encarados com romantismo, receios infundados, exotismo, folclore... raramente, como seres humanos capazes de realizar, de escolher livremente, de tecer a sua vida, de fazer a sua história, e até de errar".

Os primeiros habitantes do Vale do Paraíba
Os índios Puris habitaram grande parte do Vale do Paraíba concentrando-se principalmente entre as Serras do Mar e da Mantiqueira.
Podemos afirmar que os indígenas do Vale do Paraíba entraram em contato com o homem branco acerca do ano de 1587, na exploração comandada por Domingos Luis Grou, uma das primeiras expedições a percorrer o Vale. Porém,

em 1562, já existem escassos registros dos índios Puris próximos às margens do Rio Paraíba. Uma reunião na Câmara de São Paulo, no ano de 1591, refere-se à presença de "Gente, no Paraíba, e Guaramiris e os índios do sertão".
Com a abertura do Caminho novo a movimentação pelo Vale do Paraíba, inclusive pelas terras da Freguesia da Piedade, intensificou-se. Os brancos adentraram a mata fechada, ocorrendo os embates entre os exploradores e os índios.
Os Puris foram descritos como calmos e receptivos por alguns e valentes e armados por outros, de fato, podemos perceber que o homem branco facilmente os combateu. Com a exploração das terras o índio também foi empregado. Sobre os indígenas temos os relato de alguns viajantes e escritores segundo os quais traçar o perfil deste indígena valeparaibano; temos que leis cuidavam para que não fossem exterminados, mas como em toda história brasileira, e como nesta região não seria diferente, a extinção dos indígenas ocorreu. Contudo, a presença indígena no Vale fica clara nos costumes da população e nos traços físicos carregados pelas gerações que aqui edificaram suas moradas e como conseqüência da miscigenação de raças deram continuidade à cultura indígena, mesmo que mesclada com a do homem branco. A seguir, veremos onde habitavam os índios Puris, costumes, tradições e destes primeiros habitantes do Vale.

***
Localização dos Puris no Vale

Os índios Puris habitaram grande parte do Vale do Paraíba, iniciando seus relatos em São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Guaratinguetá, Lorena, Canas, Cachoeira Paulista, Bananal e chegando em áreas de Minas Gerais e Rio de Janeiro em Angra dos Reis. Os Puris tem suas grupos distribuídos desde o Rio Paraíba até o Espirito Santo, penetrando na parte oriental de Minas Gerais e os Goyatkás entre o Baixo Paraíba e Macahe.
O território habitado por estes índios eram regiões por onde passavam o Caminho velho e o Caminho novo com destino a Minas Gerais. O Caminho Velho era iniciado por Parati, porém em 1725 o Caminho Novo começa a ser criado, abrindo picadas na mata e assim sendo utilizado, expulsando os índios da região, como veremos a seguir.
Dos Puris que habitavam o Vale do Paraíba paulista, iremos focalizar a região de Lorena, a antiga Freguesia da Piedade. Os indígenas dessa espécie, além de Lorena, habitavam a garganta do Embaú. Poucos registros são encontrados sobre este assunto, mas as informações podem ser encontradas nos documentos da época.

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Quem eram os índios Puris?

Encontrar descrições sobre os Puris elaboradas pôr cientistas da época, se bem que também iremos encontrar algumas divergências ou falta de detalhes nos relatos existentes.
Os índios Puris são identificados como descendentes dos Coropós e Coroados, ou espécie semelhante a estes, como descrevem os cientistas von Spix e von Martius nas expedições realizadas no início do século XIX. Seus aspectos físicos não eram diferenciados das demais tribos.
Estes indígenas são mencionados com os seguintes aspectos físicos: baixos ou de estatura mediana, robustos, largos, achatados, pescoço curto e grosso, formas arredondadas, pés largos e dedos grandes, pele macia de cor parda-escura, cabelo comprido liso de cor negra, sem cabelo nas axilas e peito, rosto largo, testa estreita, nariz curto, olhos pequenos, boca pequena e de dentes claros.

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Hábitos e costumes indígenas dos Puris

Os Puris poucos se distinguem dos Coropós e Coroados também em seus aspectos culturais. O significado da palavra Puri, em tupi, pode ser colocado como "... gentinha ou povo miúdo ou comedor de carne humana (dependendo da interpretação)" . Contudo, no Brasil, afirmam que a expressão "comedor de carne humana" não se aplicará, pois este conceito não se firma nos estudos, e sim, apenas nos relatos dos viajantes da época.
Poucos estudiosos atribuem aos Puris as práticas antropofágicas, porém essas acusações de canibalismo não deixaram nenhuma evidência, não podendo ser comprovada esta afirmação. Também existem relatos que descrevem os índios Puris como traiçoeiros e desumanos com os homens brancos, contudo esses atos podem ser tidos como resistência contra as agressões e conquistas dos europeus para defesa de seu território, sua família, sua tribo. Para o autor Cláudio Moreira Bento:

"...Não se conhecia fato algum de um puri que haja matado um branco. Quando os brancos
embrenhavam-se na mata para colher a planta medicinal poaia, ao encontrarem os puris
estes se punham a correr arriscando-se furtivamente a apanharem para seus usos as
ferramentas dos brancos. O próprio nome puri significava na língua deles gente mansa
ou tímida."

Na região do Vale do Paraíba, as afirmações são claras a respeito do comportamento do índio Tupi: são calmos, covardes, medrosos e ingênuos, eram mansos e tímidos.
Muitos relatos dão conta do medo e da suscetibilidade com que aceitavam a invasão pelo homem branco e trabalhavam para estes. Não roubavam, não eram mentirosos e nem ambiciosos. A personalidade do índio Puri é descrita, na maioria dos relatos, como dócil e suscetível ao trabalho a ele imposto pelo homem branco.
Quanto aos costumes e hábitos indígenas muito se diferenciavam da cultura dos portugueses, que iniciavam suas entradas na mata e tinham contato com uma cultura diversa da sua, muitas vezes aos olhos do homem branco eram exóticas, incompreendidas e mal interpretadas.
A contradição da busca por riquezas e a indiferença do índio pelas coisas materiais, eram fatores que o homem branco não conseguiam compreender. Eram opostos extremos, os índios almejavam a harmonia com a terra para o seu sustento, e o europeu buscava apenas a riqueza, adentrando a mata e tomando posse, do que antes era de todos, e a partir de então seria do homem branco. Esse encontro dos distintos veremos nos capítulos posteriores.
A língua dos Puris era diferente dos demais indígenas, das outras tribos, era caracterizado como um vocabulário esparso e do qual alguns viajantes fabricaram pequenos dicionários. (Vide anexo)
Os Puris tinham sua sociedade composta por um chefe, por um pajé e, homens e mulheres com funções distintas. O chefe era eleito pela astúcia, braveza e habilidades de guerreiro e não tinha poder efetivo sobre seu povo:

" Na sociedade indígena, chefe não é aquele que manda, mas sim, que
aconselha o que deve ser feito. Se os seus, seguem ou não o seu
conselho, o problema não é do chefe. Ele é apenas um líder que
aconselha, não um patrão que determina o que deve ser feito."

Ao pajé se destinavam a tarefas religiosas e rituais de cura; aos homens cabiam a fabricação de armas, a caça e a guerra; as mulheres cuidavam da colheita, recolher as caças abatidas e cuidar das vasilhas e demais utensílios usados na tribo. Cada índio podia escolher mais de uma esposa, eram polígamos.
A sociedade indígena desta espécie não exercia a agricultura nem a navegação, retiravam da natureza seus meios de subsistência. Por isso, viviam em habitações provisórias, eram nômades.
A religião era a devoção a vários seres poderosos, contemplavam a natureza e seus fenômenos como Deuses. Usavam colares protetores, para afastar animais ferozes, ressalta-se o papel do pajé como símbolo maior do poder da religião dentre os índios. Os índios após o falecimento eram colocados em vasos de barro e sua habitação era abandonada por medo do espirito do morto. Alguns destes vasos foram encontrados no município de Canas, cidade vizinha de Cachoeira Paulista, porém, somente estudos arqueológicos avançados poderão explicar a origem real, sem deturpações históricas formuladas pelo homem branco sobre os costumes, utensílios e a verdadeira genealogia desses habitantes primordiais do Vale.

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Bibliografia

EVANGELISTA, José Geraldo, 1922-. Lorena no século XIX. São Paulo: Governo do Estado, 1978.

PASIN, José Luiz. Algumas notas para a História do Vale do Paraíba. Desbravamento e povoamento. Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, 1977.

RAMOS, Agostinho. Cachoeira Paulista. 1971, 1v.
______. Cachoeira Paulista. 1971. 2v.

REIS, Paulo Pereira. O caminho novo da Piedade no Nordeste da Capitania de S. Paulo São Paulo, Governo do Estado de São Paulo.
______. O indígena do Vale do Paraíba. São Paulo, Governo do Estado de São Paulo, 1979.
______. Lorena nos séculos XVII e XVIII. São Paulo, Fundação Nacional do Tropeirismo, Objetivo.

Cláudio Moreira Bento, Uma controvérsia - o massacre dos índios puris de Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa e Volta Redonda, http://www.militar.com.br/artigos/artigos2001/celbento/massacreindios.htm.

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Links sobre os Purís:

Índios Puris

A lenda resendense do Timburibá (Dos índios Puris) - Abrir

Dança dos Puris- Abrir Uma controvérsia - o massacre dos índios puris de Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa e Volta Redonda - Abrir


Índios Tupinambás

Os Tupinambás - Abrir

Tupinambá: Todo dia era dia de índio - Abrir

Habilidades e Costumes dos Índios Tupinambás - Abrir

As cerimônias feitas pelos índios Tupinambás ao enterrarem seus mortos- Abrir

Índios Tamoios A confederação dos Tamoios - Abrir

Índios Tamoios e Ipaum Guaçu - Abrir

Projeto Brasil 500 anos? Índios (vários temas) - Abrir

Índios Guaianazes Índios Guaianazes em São José dos Campos- Abrir

Índios Guaianazes em Guarulhos - Abrir



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Fabiana Lima é formada em História pela Faculdade Salesiana de Lorena, aluna do curso de pós-graduação em História do Brasil Republicano na Universidade de Taubaté.

Fonte: Portal Vale do Paraíba

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NOTA

Os Índios Purís habitaram a Zona da Mata de Minas Gerais até serem aldeados, escravizados e quase totalmente exterminados a partir do final do século XIX. Seus descendentes ainda podem ser vistos por várias cidades da região, mas famílias inteiras, inseridas na sociedade rural ou urbana povoam as cercanias da Serra do Brigadeiro, outrora Serra dos Arrepiados. Muitas dessas pessoas assumem a identidade Puri.
Os Índios Purís estão se organizando, também, na cidade de Arapongas, Minas Gerais.


Aprenda mais sobre OS ÍNDIOS PURIS

Links afins:

Comunidades Indígenas em Minas Gerais


Forum Questões Indígenas

Índios Purís em Minas Gerais

Etnias Indígenas em Minas Gerais

Mais uma etnia reconhecida em Minas Gerais

Quadro resumo das Terras Indígenas no Brasil


Índios na Miséria

Purís-Goitacá, meus ancestrais

Índios e Eucaliptos



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