domingo, 30 de outubro de 2011

Advogados podem retirar cópias de processos fora de sigilo


28/10/2011 - 00h00


Advogados de todo o país não precisam mais de autorização do magistrado da causa para retirar cópias dos processos que não estão submetidos a sigilo judicial. A decisão é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi adotada após votação de pedido de providências (PP n. 0006688-56.2010.2.00.0000 ) sobre o tema, julgado esta semana durante a 137ª sessão plenária (terça-feira, 25/10). Teve como relator, o conselheiro José Lúcio Munhoz.

O assunto em questão foi analisado pelo CNJ em ação movida contra o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). No pedido de providências, o requerente – Ricardo Carneiro Neves Junior - questionava o posicionamento de alguns gabinetes do TJES de possibilitar aos advogados a obtenção de cópias dos autos somente com a autorização do juiz ou desembargador do processo. De acordo com a parte autora, “os servidores do tribunal continuam impedindo a extração de cópias dos processos sob alegação de que existe ordem verbal dos desembargadores para não liberarem os autos sem a respectiva autorização”.

A parte alegou, no pedido ao CNJ, que a obtenção da cópia sem procuração, independentemente de autorização, está garantida por um provimento da Corregedoria de Justiça do Espírito Santo e também por legislação constitucional, legal e infralegal. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo não adota tal procedimento de modo institucional, mas ficou demonstrada aquela ocorrência por parte de, pelo menos, um desembargador.

Amplo acesso - Em seu voto, Munhoz destacou dispositivos da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia) que estabelecem o amplo acesso, dos advogados, aos processos, inclusive para extração de cópias, independentemente de procuração. A ressalva consta apenas para os casos que estão protegidos pelo sigilo.

O voto de Munhoz foi acompanhado pelos demais conselheiros, e a decisão deve ser seguida pelos tribunais de todo o país. “A eventual exigência de requerimento ou autorização para que o advogado possa retirar cópias de processos constitui formalismo desnecessário e sem o devido respaldo legal", explicou o relator.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias

http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/16717:advogados-podem-retirar-copias-de-processos-fora-de-sigilo

TJES realiza mutirão na 2ª Vara da Infância de Vitória



A 2ª Vara Especializada da Infância e da Juventude de Vitória, de competência criminal, foi criada há poucos meses e já conta com um mutirão para organizar os serviços cartorários. O presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Manoel Alves Rabelo, por meio do Ato Normativo nº 145/2011, designou o mutirão, que deverá se estender durante todo o mês de outubro, com término previsto para o dia 11 de novembro.

O principal objetivo é adequar a prestação jurisdicional ao padrão sugerido pelo Conselho Nacional de Justiça. Cerca de sete servidores de várias comarcas do estado foram recrutados para ajudar a agilizar os trabalhos. Ao todo, os 2.694 processos que estão atualmente no cartório serão colocados em dia. Isso significa que eles receberão o devido encaminhamento como, por exemplo, remessas ao Ministério Público Estadual, expedições de ofícios e designação de audiência.

Segundo o juiz responsável pela Vara e coordenador geral do mutirão, Vladson Couto Bittencourt, um trabalho como esse chega em um importante momento de mudança e descentralizações de serviços. "Todos os processos que não tiverem a medida sócio-educativa de privação de liberdade serão remetidos à comarca de residência do adolescente. Antes, todos os processos de todo o Espírito Santo ficavam centralizados aqui. Agora, a realidade será bem diferente".

Um outro ponto de grande relevância e que chega com essa mudança é que todos os processos relativos à privação de liberdade serão encaminhados para as respectivas comarcas e três juízes serão os responsáveis por eles. Nesse caso, um juiz da Vara da Infância e da Juventude fica responsável pela região Norte, em Linhares, outro na região Sul, em Cachoeiro de Itapemirim, e outro na região Metropolitana, na capital Vitória.

Para Sônia Maria de Oliveira Pereira, chefe do cartório da 2ª Vara de Vitória, todos saem ganhando com o mutirão. Os servidores e o juiz terão seus trabalhos otimizados e a população terá uma resposta mais rápida da Justiça. "A expectativa por dias melhores é grande. É ótimo ter mais servidores atuando efetivamente aqui no cartório", afirma.

Já Rosângela Barreira Vasconcelos, servidora de Linhares e responsável por coordenar os trabalhos do mutirão em Vitória, um
trabalho como esse é enobrecedor. Com experiência em coordenar outros dois trabalhos como esse, lembra que todo o esforço e cansaço valem a pena. "Nem é tão difícil coordenar um mutirão quando se tem em volta várias pessoas focadas no mesmo objetivo: trabalhar para melhorar o ambiente de trabalho e o resultado final dele. A recompensa para quem ajuda é ser ajudado também", reconhece.

O mutirão na 2ª Vara Especializada da Infância e da Juventude de Vitória atende a uma determinação do CNJ, adequando a prestação jurisdicional por meio do projeto Justiça ao Jovem.

Fonte: TJES

http://www.cnj.jus.br/noticias/judiciario/16456:tjes-realiza-mutirao-na-2-vara-da-infancia-de-vitoria

Plenário mantém punição aplicada por TJES a juíza


11/10/2011 - 17h12


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em sessão plenária nesta terça-feira (11/10), julgou improcedente pedido da magistrada Larissa Sarcinelli Pimentel ,que queria a revisão da decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) que a aposentou compulsoriamente.

A juíza é suspeita de formação de quadrilha e de ter recebido vantagens indevidas do Cartório de 1º Ofício do município de Cariacica, de propriedade do sogro, o ex-presidente do TJES, Guilherme Pimentel. A denúncia veio à tona com a Operação Naufrágio, deflagrada pela Polícia Federal.

A magistrada requereu ao CNJ a revogação da decisão. Os advogados dela alegaram cerceamento de defesa no processo conduzido pelo Tribunal de Justiça capixaba. De acordo com eles, o julgamento foi baseado em escutas telefônicas cujo áudio não foi franqueado à defesa de Larissa Pimentel.

O conselheiro Tourinho Neto, relator do processo, não ficou convencido dos argumentos. “A requerente não se insurge contra o mérito da decisão às acusações imputadas”, afirmou o conselheiro, votando pela improcedência do pedido.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias

Funcionária do TJ-ES é presa acusada de homicídio

Assista o vídeo da prisão => Globo Vídeos

Crime aconteceu em 1999. Tribunal de Justiça preferiu não se pronunciar.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1675850-7823-FUNCIONARIA+DO+TJES+E+PRESA+ACUSADA+DE+HOMICIDIO,00.html

TJES vai se manifestar sobre conduta
de juiz que presidiu concurso fraudado


Nerter Samora
Foto capa: Nerter Samora

Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) iniciam, nesta quinta-feira (27), o julgamento de uma reclamação contra o juiz Bernardo Alcuri de Souza por suposta participação nas fraudes no concurso público de servidores em 2004. O pedido de investigação foi determinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após a confirmação das fraudes. Apesar de os efeitos do concurso terem sido mantidos, o órgão de controle pediu que fosse aberta uma investigação contra o juiz, que presidiu a banca do certame.

Durante o julgamento da denúncia de fraudes no concurso, em maio deste ano, o órgão determinou que a Corregedoria Nacional de Justiça – órgão ligado ao CNJ – investigasse a possível participação de Bernardo Alcuri nas irregularidades. No dia 20 de setembro, a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, encaminhou as investigações para a Corregedoria local e deu prazo de 60 dias para conclusão das apurações iniciais.

A reclamação foi ajuizada pelo presidente do TJES, desembargador Manoel Alves Rabelo, na última quarta-feira (18), após a mudança no foro das apurações. A relatoria do caso é da vice-corregedora de Justiça, desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos. A abertura de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) contra o juiz depende da aprovação dos desembargadores.

Durante as investigações, o nome do juiz Bernardo Alcuri é citado em várias gravações de conversas que constam dos autos da “Operação Naufrágio” entre parentes do então presidente do tribunal, Frederico Guilherme Pimentel. Como presidente da banca do concurso, o magistrado é suspeito de ter beneficiado os parentes do ex-desembargador, assim como membros de outros clãs do Judiciário capixaba.

Uma das escutas, que, inclusive, chegou a ser reproduzida no julgamento, traz a confissão arrancada pelo ex-assessor da presidência Leandro Sá Fortes da então namorada, a ex-serventuária Roberta Schaider Pimentel, filha do ex-desembargador. No áudio, Roberta confessa a suposta adulteração dos cartões de prova pelo então presidente do Tribunal, em benefício da irmã, Dione Schaider Pimentel Arruda, também demitida.

Leia Mais: CNJ confirma fraudes em concurso público do TJES, mas nega anulação de processo (reportagem publicada em 10/05/2011)

Conversas revelam fraudes consumadas nos últimos concursos públicos do TJES
(reportagem publicada em 24/02/2010)

http://www.seculodiario.com/exibir_not.asp?id=28182

CONTRA O CIDADÃO

justiça capenga

O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – TJBA – do alto do sukitão (prédio sede do TJBA localizado no CAB com a denominação Palácio da Justiça Eduardo Magalhães) em uma só canetada extinguiu 50 (cinquenta) Comarcas com o eufemismo agregação, prejudicando, de sobremaneira a população dos Municípios de Glória, Rodelas e Macururé, localizados na 10ª Região Administrativa do Estado que sua sede em Paulo Afonso.

A extinção das Comarcas atende uma ótica perversa e incompreensível, já que os males do Poder Judiciário baiano não são frutos das Comarcas extintas, por residir o descalabro na falta de boa gestão da coisa pública, de planejamento e o mais importante, na falta de compromisso dos que dirigem o Judiciário com a coisa pública, o que vem sendo provado ao longo da história.

A Assembléia Legislativa do Estado depois da declaração de extinção das Comarcas esperneou, quando manifesta a falta de compromisso dos representantes políticos de cada Município, Vereadores, Prefeito, Deputados Estaduais e a própria sociedade organizada, já que previamente era anunciada a tal agregação de Comarcas e não moveram uma só palha em sentido contrário.

A justificativa do TJBA é a necessidade de reduzir custos e as comarcas desativadas serão agregadas às comarcas de mais fácil acesso. Aí é demais!

Tão greve foi à medida administrativa da Corte Estadual de Justiça que passou a obrigar o morador de Rodelas que pretenda defender judicialmente os seus direitos a se deslocar dali até a Comarca de Chorrochó, quando sequer há transporte coletivo direto, o mesmo acontecendo em relação ao morador de Macururé. Já o morador de Glória ficará a depender dos serviços prestados pela capenga Comarca de Paulo Afonso que é incapaz de atender as demandas em curso.

Paulo Afonso tem uma população aproximada de 108.419 mil habitantes, somando-se ai os 14. 228 mil moradores de Glória e mais 15.060 moradores de Santa Brígida, atingindo uma população final de 137.707 habitantes.

Como temos somente uma Vara Crime, a conta é de um juiz criminal para um grupo de 137.707 habitantes. Como são duas Varas Cíveis em Paulo Afonso, a proporção é de 01 juiz cível para cada grupo de 68.853 habitantes. A coisa tá feia.

Levantamento do CNJ de 2007 revelou que no Brasil há 06 juízes para cada grupo de 100.000 habitantes, situação diversa de países como Alemanha, França, Espanha e Itália. Na Alemanha a média é de 01 juiz de carreira para cada grupo de 5.187 habitantes. Espanha: 01 juiz para cada grupo de 13.333 habitantes. Itália: 01 para 11.600; França: 01 para 9.230; Inglaterra: 01 para 27.777.

Embora tenhamos em Paulo Afonso a Justiça do Trabalho e a Justiça Federal, no que diz respeito ao dia a dia do cidadão a importância maior é em relação ao Judiciário Estadual.

Mesmo se tratando de Glória, embora a distância de sua sede para Paulo Afonso seja de 12 km, a vida do cidadão ficará mais difícil no trato com o Judiciário em razão daquela população de ser natureza rural, o Município ser extenso e por dificuldade de transporte.

Particularmente me sinto frustrado com a decisão da Corte Estadual baiana de suprimir Comarcas existentes por diversos aspectos, seja pela insensibilidade com os direitos do cidadão de dispor de uma justiça célere,seja pelo fato de na época que estive na direção da OAB.Subseção de Paulo Afonso, Presidente do TJBA o Des. Mário Albiani, junto com os Prefeitos da época que cederam imóveis e pessoal, foram instaladas as Comarcas de Macururé, Abaré, Rodelas e Glória, e em Paulo Afonso aconteceu a instalação do Juizado Especial Cível. De quebra se seguiram as e seções Eleitorais de Antas e Abaré.

Pedrinho era o Sacristão da Igreja Matriz de Jeremoabo e pelas dificuldades da época era semi-analfabeto e sempre dava seus fora. Certo dia reclamava de Jeremoabo que segundo ele “não tinha progresso e somente tinha regresso”. A máxima de Pedrinho é de ser aplicada ao Judiciário Estadual da Bahia. È como afirmava o deputado Justo Veríssimo (personagem de Chico Anísio) e o povo que se expluda!

EXPEDIENTE NA JUSTIÇA FEDERAL. O feriado do funcionário público recaiu na última sexta-feira. O TRF1 pela PORTARIA/PRESI/CENAG 397 de 16 de setembro de 2011 transferiu a suspensão do expediente de sexta-feira para 2ª feira e suspendeu o vencimento dos prazos para o dia 03.11, quinta-feira, quando as varas reiniciarão suas atividades.

FRASE DA SEMANA. "A ninguém importa mais do que à magistratura fugir do medo, esquivar humilhações, e não conhecer covardia.” Rui Barbosa

Paulo Afonso, 29 de outubro de 2011.

Fernando Montalvão.

montalvao@montalvao.adv.br.

Titular do Escrit. Montalvão Advogados Associados.

http://dedemontalvao.blogspot.com/

CNJ vai voltar ao Paraná para nova inspeção no TJ



Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Publicado em 30/10/2011 | André Gonçalves, correspondente

Dois anos após uma visita que detectou 113 falhas no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai promover uma revisão dessa inspeção. A ideia é aferir in loco se as determinações iniciais, que incluíam a extinção de benefícios e mudanças na estrutura remuneratória do TJ, estão sendo cumpridas. O retorno deve acontecer no fim de novembro.

Os trabalhos serão uma oportunidade de melhorar a imagem do Judiciário paranaense. “O Paraná causou uma maior surpresa porque nós esperávamos, como brasileiros, encontrar um tribunal mais organizado”, diz em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo a corregedora do CNJ e ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, referindo-se à inspeção de 2009 no TJ-PR, realizada pelo seu antecessor no cargo, Gilson Dipp.

Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Wenderson Araújo/Gazeta do Povo /
Presidente do TJ

“Não temos bandidos de toga”

Questionado sobre as declarações da corregedora-geral do CNJ, Eliana Calmon, o presidente do TJ-PR, Miguel Kfouri Neto, afirmou que o tribunal já cumpriu 98% das 113 determinações feitas pelo CNJ em 2009. “E até a nova inspeção vamos ter cumprido tudo integralmente”, afirmou o desembargador. Segundo ele, muito do que foi cobrado há dois anos chegou a ser resolvido imediatamente.

“Nosso tribunal tem um compromisso com a gestão moderna, eficaz, voltada ao juízo de primeiro grau, ao atendimento ao público. É um tribunal absolutamente transparente, sem qualquer tipo de ocultação”, diz ele.

Kfouri Neto também se posicionou sobre as críticas feitas por Eliana à campanha de “autoestima” promovida pela Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), com apoio do TJ-PR e da AMB. Ele explicou que a campanha começou a ser pensada há três anos, quando ele era presidente da entidade. “De alguma forma acaba sendo uma resposta às declarações da ministra [de que há bandidos de toga], mas não foi uma campanha criada com essa intenção.”

Apesar de Eliana garantir que não tinha intenção de generalizar o comportamento dos juízes, o presidente do TJ-PR afirma que não entendeu dessa maneira. “Digamos que a nossa campanha tem outro enfoque, justamente de evitar a generalização. No Paraná nós não temos bandidos de toga. Até porque nunca nenhum juiz do estado recebeu uma condenação do CNJ.”

Famosa pela declaração feita no mês passado de que “há bandidos escondidos atrás da toga”, a ministra elogia os esforços da atual gestão do TJ-PR, mas adianta que uma avaliação realista depende do que será visto pessoalmente pela equipe do conselho.

Na entrevista, Eliana trata ainda de temas nacionais, como a polêmica sobre a diminuição dos poderes de investigação do CNJ, e critica a campanha publicitária promovida pela Associa­­ção dos Magistrados do Paraná (Amapar), que usa o gancho de que os juízes brasileiros estão sendo condenados sem direito a julgamento.

Em 2009, houve a primeira inspeção do CNJ no TJ-PR. Foram detectadas 113 falhas. É um número compatível com a realidade do restante do Judiciário brasileiro?

Nós podemos dizer o seguinte, e isso vem do meu antecessor [Gilson Dipp]: a gestão da Justiça Estadual [de todo o Brasil] é de péssima qualidade. Agora, alguns tribunais são piores que os outros. Nós tivemos alguns tribunais do Norte e Nordeste onde apareceram maiores dificuldades de gestão com a coisa pública. A nossa surpresa foi que encontramos isso em estados que considerávamos bastante adiantados. O Paraná, dentro do critério geral, é um tribunal ruim. Era, na época da inspeção, um tribunal ruim. Um tribunal que apresentava as mazelas de muitos outros, inclusive do tribunal da minha terra [Bahia]. O Paraná causou uma maior surpresa porque nós esperávamos, como brasileiros, encontrar um tribunal mais organizado.

A senhora já teve alguma resposta dessas cobranças?

O que eu tenho hoje é uma administração com um presidente [Miguel Kfouri Neto] e um corregedor [Noeval de Quadros] do tribunal que são pessoas muito sérias, que estão fazendo parcerias, que estão querendo acertar. Eles passam alguns relatórios no sentido de que já conseguiram cumprir diversos deveres impostos pelo CNJ. Agora, nós só saberemos se efetivamente isso está sendo feito a contento quando nós fizermos a volta. Nós vamos fazer a revisão da inspeção. E digo isso porque, lamentavelmente, alguns tribunais fazem relatórios que não são verdadeiros para a corregedoria do CNJ. Nós já encontramos alguns relatórios que dizem ter saneado isso, isso e isso... Mas, quando voltamos, não é verdade.

A Amapar lançou recentemente uma campanha publicitária com anúncios sugerindo que os juízes brasileiros estão sendo condenados sem direito à defesa. Como a sra. vê esse tipo de manifestação?

Vejo isso como de uma irresponsabilidade absoluta. Todas as vezes que um magistrado se sente ofendido, ele vem ao CNJ porque o CNJ é também o órgão de defesa da magistratura. Nós temos dado diversas e diversas manifestações a favor da magistratura. Agora, aqui dentro, nós temos um critério absolutamente rigoroso. Toda vez que chega uma denúncia aqui, instauramos um procedimento sigiloso e começamos a averiguar. Quando chegamos à conclusão de que é absolutamente inverídica a reclamação, nós arquivamos. E a grande maioria é arquivada. Se por um acaso houver indícios de autoria [de irregularidade], nós levamos para o plenário [do CNJ]. É o plenário quem define se vai haver processo administrativo. Ao fazer isso, que é quando o processo se torna público, tem direito de defesa, tem advogado, tem tudo. O plenário, por maioria, é quem decide. Mas não é uma decisão para aplicar a sanção. Ele [o processo] sai da corregedoria, passa para um relator, que é um dos conselheiros. É ele quem vai reunir provas, testemunhas. Para, a partir daí, dar o seu voto. No plenário, novamente vem um advogado. E tudo isso é condenar sem direito de defesa? É absolutamente impossível. Então, essa manifestação é absolutamente equivocada. Nem uma criança pode acreditar que isso seja possível numa sociedade onde existe o direito de defesa, democracia. É um exagero que às vezes toca as raias da irresponsabilidade.

Só explicando a situação: a manifestação da Amapar é uma campanha publicitária. Segundo explicação da associação, o material já estava pronto três meses antes da declaração da senhora sobre os bandidos de toga.

Há três ou a seis [meses], ela é de uma irresponsabilidade enorme. E nós vamos convidá-los para vir à corregedoria e mostrar como trabalhamos. Eles estão baseados em o que para dizer isso? Não houve nenhum afastamento prévio de magistrado [sem julgamento].

O que foi alegado pela Amapar também é que se trata de uma campanha para aumentar a autoestima do Judiciário com a população.

Não se aumenta autoestima desse jeito. O que aumenta a autoestima é dizer o seguinte: nós somos trabalhadores e provamos isso com estatísticas, com eficiência, com boas condutas, boas práticas.

* * * * *

“Não sou um baluarte anticorrupção”

A corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, reafirmou à Gazeta do Povo que a declaração de que “há bandidos escondidos atrás da toga” não é uma “generalização” e que não entende os motivos para reações negativas dos colegas. Por outro lado, admitiu que a polêmica ajudou a amadurecer a discussão em torno da ação movida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) no Supremo Tribunal Federal (STF) para diminuir o poder de investigação do CNJ.

A ministra também refutou o rótulo de ícone do combate à corrupção. “Eu me assustei no momento em que eu fui levada a ser um baluarte de luta contra a corrupção. Na verdade, eu faço parte de uma engrenagem de um órgão de controle.”

Passado mais de um mês após a sra. ter dito que “existem bandidos escondidos atrás das togas”, qual é a sua reflexão sobre o impacto da declaração?

Na realidade, eu não compreendo o porquê do impacto. É mais ou menos o que eu tenho repetido há muito tempo; até mesmo antes de chegar ao CNJ. Depois que cheguei, com muito mais razão, porque tenho visto muitas coisas. Aqui é um vale de lágrimas. As pessoas vêm fazer reclamações, abrem o coração e contam coisas. Mas eu falei aquilo dentro de um contexto. Uma palavra solta pode gerar uma série de equívocos. Quando nós [juízes] fazemos o exame da prova de interceptação telefônica, por exemplo, nós não usamos só a palavra, mas o contexto todo. Até a entonação da voz pode significar muita coisa. De forma que, no contexto, não havia porque eu generalizar. E eu não era maluca de dizer que os juízes são bandidos. Passado um mês [da declaração], posso dizer que as coisas estão nos seus devidos lugares.

Por que a declaração agrediu tanto determinados juízes?

Parece-me que a Associação dos Magistrados Brasileiros, que tem uma política de defender prerrogativas, não aceita a competência concorrente do CNJ. E, prevalecendo-se da minha fala, veio olhar com olhos bastante expressivos essa palavra [bandidos] e talvez tenha incentivado o ministro presidente do CNJ [Cézar Peluso] para essa afirmação [Peluso assinou uma nota de repúdio do CNJ contra as declarações de Eliana]. É o que eu posso pensar. Depois, outras associações entraram. Mas, após um mês, voltaram atrás. Muitas já estão inclusive se retratando. Também é muito importante que a gente tenha o apoio da mídia, o apoio popular. Foi um desabrochar da sociedade de forma muito espontânea. Eu só falei ali [em entrevista à Associação Paulista de Jornais], uma vez, e não falei mais. A não ser no Jornal Nacional, quando achei por bem dizer que eu não quis generalizar. Fiquei 15 dias sem sequer cumprir as minhas agendas para me resguardar de criar polêmica.

Parece que os brasileiros estavam esperando por um ícone na luta contra a corrupção. A sra. cabe nesse papel?

Eu me assustei no momento em que fui levada a ser um baluarte da luta contra a corrupção. Na verdade, faço parte de uma engrenagem de um órgão de controle. Não sou um baluarte do combate à corrupção; sou uma peça dessa engrenagem estatal. Se você é um baluarte, não cabe mais como peça, porque você passa a ter uma posição ideológica. E eu não tenho uma posição ideológica; tenho uma posição funcional. Quero fazer essa delimitação: estou aqui para exercer um papel dentro do Poder Judiciário. Às vezes me perguntam sobre corrupção no Executivo e no Legislativo, mas eu não posso extrapolar. No dia que fizer isso, fico enfraquecida institucionalmente. Não quero desapontar os movimentos que são contra a corrupção, mas quero que haja um entendimento da população de que eu tenho uma limitação funcional.

A sra. sente que a declaração serviu ao menos para deixar mais madura a discussão sobre os poderes do CNJ?

Sem dúvida alguma. No início, achei que foi uma coisa ruim e fiquei preocupada. Temia um enfraquecimento da corregedoria, de chegar aos tribunais e não ter força para exercer o meu papel. Estou viajando muito por diversos estados e, ao contrário do que pensei, estou tendo uma receptividade efusiva por parte dos tribunais. Aliás, estou até ganhando condecorações. O que eles dizem é que eu tenho uma linguagem muito direta e forte. Defendo que o Judiciário mude um pouco a visão que tem sobre a comunicação. Estamos no século 21; os ditadores do mundo árabe caíram em função dos novos meios de comunicação. É exatamente a partir daí que o Judiciário tem de compreender que precisa seguir um caminho diferente. Quando falo em uma linguagem mais forte é para chamar atenção para a quebra desse paradigma.

Há poucos dias a OAB conseguiu entrar como amiga da corte (amicus curiae) na ação que a AMB move no Supremo questionando o poder de investigação do CNJ. A sra. não teme que o julgamento vire uma queda de braço de juízes contra advogados?

Não. O DNA do CNJ nasceu dentro da OAB. O primeiro arauto de um controle do Judiciário nasceu na Ordem. Talvez a instituição com o maior interesse de ver mais preservado o CNJ seja ela. Eles nunca fizeram segredo disso. A entrada deles na ação foi de toda pertinência. Dentro de um regime democrático não existe espaço para essa queda de braço.

A senhora citou recentemente o caso de um pistoleiro que virou juiz. Esse tipo de situação é mais comum do que se imagina?

Isso começou a acontecer há menos de duas décadas. No momento em que vivemos uma abertura do concurso público, com aumento da base de juízes, essas investigações sobre os candidatos vão ficando mais rasas. Nós estamos hoje em um mundo invadido pelo crime organizado. E o crime organizado tem interesse de se infiltrar nas instituições. Naturalmente, o Judiciário não consegue ficar imune. Eles [criminosos] estão fazendo isso também dentro do Ministério Público, da Polícia Federal, da Polícia Militar. Temos de ter a precaução de fazermos uma seleção mais adequada.

O que a sra. defende para solucionar o problema?

Acho que a investigação da vida pregressa precisa ser feita com um critério maior. E que isso possa ir até para o edital do concurso. Isso é preciso não apenas no Judiciário, mas na polícia, no Ministério Público, em todas as carreiras que lidam com o social. Você observa que os países desenvolvidos exigem essas prerrogativas para a magistratura, para o magistério e para a polícia.

http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1186575&tit=CNJ-vai-voltar-ao-Parana-para-nova-inspecao-no-TJ

Indígenas enfrentam há quase um mês falta de água em escola de Caarapó

G1
Foto: André Nezzi/CaarapoNews

Cerca de 130 alunos do ensino fundamental da escola municipal Ñandejara Bocajá, da aldeia Te’Yikuê, em Caarapó, a 273 km de Campo Grande, enfrentam há pelo menos 24 dias a falta de água na instituição. De acordo com o professor da escola, Alécio Soares Martins, um poço artesiano fornece água para o colégio e toda a aldeia, mas constantemente apresenta problemas. Sem água, as aulas foram reduzidas.

Na quarta-feira passada (26), revoltados com a situação, os estudantes chegaram a fazer um protesto, exibindo vários cartazes pedindo a solução do problema. O professor diz que a falta de água não é um problema somente da escola, mas que afeta toda a aldeia. “Quase 40% da aldeia está com problemas. Eu mesmo já fiquei dois dias sem tomar banho por falta de água em casa”, explica.

Ainda segundo Martins, a população está tendo que usar a água de um córrego que passa próximo da aldeia. “As pessoas vão lá para lavar roupa, tomar banho e pegar água para cozinhar e beber”, comenta.

Além da questão do saneamento, o professor diz que a falta de água já ameaça o ano letivo dos estudantes, já que as aulas tiveram que ser reduzidas a metade do período, em razão do forte calor no local. “Não tem como segurar a criançada. No intervalo eles vão querer beber água, como não tem, temos que liberá-los”, lamenta.

O coordenador da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Nelson Carmelo, disse ao G1 que a bomba que abastecia a aldeia queimou e foi trocada por uma nova, mas que o problema do fornecimento principalmente para a escola persiste. “Existem técnicos nossos trabalhando na aldeia para descobrirmos qual é o problema e resolvê-lo”, assegura.

Uma das alternativas estudadas, conforme Carmelo, é uma ligação direta do poço para a escola. “Talvez nós tenhamos que puxar a água direto para a escola, sem passar pelo percurso todo da aldeia”, comenta, completando que a expectativa é que uma solução para o problema seja encontrada nesta semana.


http://www.fatimanews.com.br/noticias/indigenas-enfrentam-ha-quase-um-mes-falta-de-agua-em-escola-de-caarapo_125637/


Milícias se alastram pelo país

Paramilitares atuam em, pelo menos, 11 estados; na Bahia, políticos são investigados

Cássio Bruno


A população do Rio de Janeiro não é a única refém das milícias. Em pelo menos 11 estados brasileiros, há ações de grupos paramilitares armados e chefiados por agentes públicos da área de segurança, de acordo com levantamento feito pelo GLOBO, nas duas últimas semanas, com base em dados fornecidos por Ministérios Públicos e Ouvidorias de Polícia. Os milicianos atuam em territórios urbanos e rurais, onde impõem lei própria e serviços econômicos, além de se envolverem em assassinatos. Em alguns casos, como na Bahia, há suspeita de envolvimento de políticos.

As milícias estão organizadas na Paraíba, no Espírito Santo, no Ceará, em Mato Grosso do Sul, no Pará, em Pernambuco, em Alagoas, no Piauí, em Minas Gerais e em São Paulo, além da Bahia e do Rio. Os grupos agem com características diferentes em cada estado. O discurso para controlar as comunidades é parecido: eles extorquem dinheiro de moradores e comerciantes para oferecer segurança privada ilegal. Em troca da proteção, os milicianos prometem expulsar ou matar traficantes.
Um dos casos mais graves está em Salvador. Investigações do Ministério Público apontam que milicianos têm controle de 12 bairros do subúrbio da capital, entre eles Águas Claras, Fazenda Grande do Retiro e Cosme de Faria. Eles exploram o transporte alternativo e a distribuição de serviços de internet, de TV a cabo e de gás. O modo de operar é semelhante ao de grupos paramilitares do Rio. Vereadores, com base eleitoral na região, estão na mira dos promotores. Segundo o MP, os parlamentares estariam se beneficiando das milícias em eleições.
No Rio, após conclusão da CPI das Milícias, em dezembro de 2008, presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), a maioria das 225 pessoas denunciadas e indiciadas pelo Ministério Público e pela polícia, entre elas deputados e vereadores, está presa.
- Esses milicianos estão envolvidos, principalmente, com políticos, traficantes e com a agiotagem - diz a promotora Ediene Lousado, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do MP, que prefere manter sob sigilo os nomes dos policiais investigados até a conclusão do inquérito.
Na Paraíba, policiais militares e agentes penitenciários fazem a segurança particular irregular de moradores e comerciantes na Região Metropolitana de João Pessoa. Apenas em outubro deste ano, foram registradas quatro denúncias sobre o assunto na Ouvidoria de Polícia. Fardados e com carros da corporação, os PMs escoltam supermercados, postos de gasolina, boates e casas de show mediante pagamento de propina. Segundo a própria ouvidoria, a maioria dos policiais é lotada no 5º Batalhão.
- Eles são organizados. Têm, inclusive, troca de plantão nestas escoltas. Vamos encaminhar as denúncias para o Ministério Público e para o Conselho Nacional de Justiça - revela a ouvidora de polícia, Vaudênia Paulino Lanfranchi.

Em SP, 20 policiais são investigados


Em São Paulo
, promotores estão preocupados com a atuação das milícias. Eles investigam um grupo de cerca de 30 pessoas, entre elas 20 policiais militares, civis e federais, além de guardas civis metropolitanos, que estariam atuando na área central da capital. Eles são suspeitos de explorar comercialmente uma área do governo federal em que foram instalados boxes para a venda de produtos contrabandeados e falsificados. Além de cobrar ilegalmente pela locação do espaço, os acusados estariam cobrando uma taxa mensal dos comerciantes para manter a segurança do local. Quem se nega a pagar a taxa ou discorda das regras é ameaçado e até agredido.
O Ministério Público afirma que muitas vítimas não querem denunciar o problema, pois são imigrantes chineses ou coreanos ilegais. Os promotores ainda estão colhendo provas sobre o caso e ninguém foi preso, por enquanto. Há também uma outra investigação que indica que comerciantes da Rua 25 de Março - famosa pelo comércio popular - estão tendo que pagar propina a policiais e fiscais do município para que possam funcionar.
Corregedora nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon conta que as milícias estão por trás da maioria dos casos de violência contra magistrados brasileiros. Por isso, ela iniciou uma força-tarefa nos 27 estados para identificar e punir as ações de grupos paramilitares.
- A punição é a forma ideal de começar a erradicar isso. As milícias se fortalecem com a impunidade - lembra a ministra.
Eliana Calmon iniciou um mapeamento para tentar acelerar o andamento de processos envolvendo policiais militares e civis. Segundo ela, boa parte dos crimes envolvendo milicianos está parada na Justiça.
- A minha maior preocupação é com o Poder Judiciário. Temos reclamações de processos envolvendo policiais que estão parados com o objetivo de serem prescritos - afirma a ministra.

Ministro admite problema


Eliana Calmon
alerta para casos ocorridos na Bahia, em Goiás e no Ceará. Neste último estado, pelo menos 30 policiais são réus acusados de venderem segurança privada ilegal:
- Queremos acabar com esse derramamento de sangue. Uma das milícias do Ceará é comandada por um major da polícia.
A promotora de Justiça Joseana França, membro-auxiliar da Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público, faz um alerta:
- Em um primeiro momento, os milicianos dão proteção a moradores e comerciantes angariando simpatia. Eles matam ou expulsam os bandidos das comunidades com aquele discurso de levar a tranquilidade. Os legisladores precisam rever essa discussão.
Na Câmara, ainda tramita, desde 2007, um projeto de lei, de autoria do deputado federal Luiz Couto (PT-PB), que torna as milícias e os grupos de extermínio crimes federais, com até oito anos de prisão. Um dos artigos também pede punição de até dois anos de detenção para a oferta ilegal de serviço de segurança pública ou patrimonial, podendo a pena ser agravada em um terço caso seja cometido por servidores públicos, civis ou militares.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admite o problema, mas lembra que a Polícia Federal está dando apoio aos governos estaduais para combater as ações de milicianos. Cardozo cita o caso do Rio, onde existe uma parceria entre o governo federal e a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
- Infelizmente, é uma realidade no país. Estamos trabalhando com os governos para combater estas milícias ou organizações criminosas. Este é um grande desafio. Temos que agir com rigor, coragem, competência e eficácia - ressalta o ministro.
Para Paulo Baía, sociólogo e cientista político da Universidade Federal do Rio (UFRJ), as milícias são uma reconfiguração da pistolagem e dos esquadrões da morte comandados por policiais:
- As milícias funcionam como a máfia italiana. O poder público vende a autoridade.

Violência contra índios em MS


Os números confirmam a violência no campo e a atuação de milicianos em Mato Grosso do Sul: nos últimos oito anos, dos 456 índios assassinados no país, 250 eram do sul do estado. O levantamento, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), aponta como motivo das mortes os conflitos entre pistoleiros contratados por fazendeiros e índios expulsos de suas reservas. O crescimento da violência em áreas indígenas motivou a abertura de inquérito pelo Ministério Público Federal.
As mortes se concentram em reservas na fronteira com o Paraguai. Dourados é uma das regiões mais violentas. Segundo o coordenador do Cimi, Flávio Vicente Machado, as milícias são formadas por pistoleiros paraguaios contratados por fazendeiros. Os grupos expulsam os índios e fazem segurança ilegal para fazendas.
Quando não matam, os pistoleiros queimam aldeias e plantações, e derrubam barracas. Expulsos das reservas, índios moram em acampamentos.
— A violência só será combatida com a demarcação das reservas — afirmou Flávio Machado.
No estado do Pará, os grupos de pistoleiros agem contra colonos em assentamentos.
— Os conflitos ocorrem por interesses de madeireiros, fazendeiros e mineradoras — disse a senadora Marinor Brito (PSOL).

http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha;jsessionid=A67D04ADE9AD7FE6A3C9BD40F6069A8B.lr2?p_p_id=arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=1&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_journalArticleId=1120708&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_ano=2011&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_mes=10&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_dia=30&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_struts.portlet.action=%2Fview%2Farquivo!viewJournalArticle&_arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d_struts.portlet.mode=view

Seis terras indígenas serão homologadas nos próximos dias pela presidenta Dilma, diz Gilberto Carvalho

A presidenta da República, Dilma Rousseff, vai assinar nos próximos dias a homologação de seis terras indígenas. A informação foi passada pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a uma comissão de índios que foi recebida hoje (5), no Palácio do Planalto, por cinco ministros do governo.

Serão homologadas as terras indígenas de Tenharim-Marmelo, Matintin e Santa Cruz da Nova Aliança, no estado do Amazonas, além de Tabocao, no Tocantins; Cacique Fontoura, em Mato Grosso, e Xipaia, no Pará.

Os índios recebidos no Palácio do Planalto fazem parte do Acampamento Terra Livre, montado desde o início da semana na Esplanada dos Ministérios. Eles querem que o governo paralise as grandes obras de infraestrutura que afetam as terras indígenas, entre elas, a transposição do Rio São Francisco e a construção da Usina de Belo Monte, Pará.

Os índios também entregaram ao ministro Gilberto Carvalho um documento com as reivindicações, e incluíram pedidos de melhorias na área da saúde indígena e garantias de direitos à terra em que vivem. Outro problema relatado, é a situação de violência na disputa de terra no sul da Bahia que, segundo os índios, conta com a ação de grupos de extermínio e a participação de policiais.

O ministro se comprometeu em levar as questões para discutir com a presidenta Dilma Rousseff e, em seguida, chamar as lideranças para uma nova reunião, tão logo o governo avalie as propostas apresentadas.

Participaram da reunião com os índios, além do ministro Gilberto Carvalho, a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira; o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai ), Márcio Meira.

O governo mantém a posição de continuar as obras de construção da Usina de Belo Monte, no Pará, de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e de transposição do Rio São Francisco. Durante a reunião, Carvalho disse para o grupo que o governo não pode ser acusado de não conversar com os indígenas.

"Nós não aceitamos a pecha de que esse governo não conversa. Vocês entraram aqui pela porta que entram todos os cidadãos brasileiros. Não entraram pela rampa [do Palácio do Planalto] porque de acordo com a liturgia, só sobe a rampa os chefes de outros povos. E vocês são brasileiros", disse Gilberto Carvalho.

Segundo o ministro, o fato da presidenta ter ordenado a presença dos ministros na reunião significa que há, da parte do governo, um "profundo respeito" pelas comunidades indígenas. "O fato da presidenta ter nomeado vários ministros para estarem aqui hoje é prova de que a causa indígena demanda profundo respeito, e ela o tem. O fato da presidenta não estar aqui hoje, não significa que ela não irá recebê-los", afirmou.

O ministro aproveitou o encontro para também sair em defesa do presidente da Funai, Márcio Meira, muito criticado por algumas lideranças indígenas. Alguns deles chegaram a defender a saída de Meira do órgão e disseram que pediriam a Dilma Rousseff que nomeasse um índio para a presidência da Funai, fato desencorajado pelo ministro.

"Eu aconselho a vocês que não prossigam com essa história. Quem escolhe seus auxiliares é a presidenta que teve milhões de votos. Se prosseguirem com isso, vão malhar em ferro frio", disse o ministro. "Nós do governo sabemos o quanto o Márcio Meira chega a se indispor com alguns colegas defendendo direitos dos índios", completou.

Márcio Meira disse que as reivindicações apresentadas hoje pelos índios são justas. "Elas trazem muitos passivos da luta pelo direitos fundamental que é o direito a terra, garantido pela Constituição de 1988. Atualmente, no Brasil, temos 110 milhões de hectares, e, quando vemos imagens de satélites, percebemos que as áreas indígenas são as mais preservadas, as menos devastadas. Eu concordo que há ainda há muito a ser feito", afirmou Meira. E se defendeu dizendo que a sua administração está agilizando o processo de demarcação de terras.

"Desde que assumi, não há um processo de terra parado no que diz respeito à demarcação. Reconheço que há muitos desafios, mas criamos mais de 100 equipes de trabalho para reconhecimento de terras indígenas no Brasil ", disse.

Fonte: AgBr/Luciana Lima

http://www.amambainoticias.com.br/brasil/seis-terras-indigenas-serao-homologadas-nos-proximos-dias-pela-presidenta-dilma-diz-gilberto-carvalho

Índios que ocuparam fazenda no sul da Bahia são indiciados pela Polícia Federal

Gabriel Carvalho

A Polícia Federal de Ilhéus, no litoral sul da Bahia, informou nesta terça-feira (18) que realizará a reintegração de posse de uma fazenda e que já indiciou 13 dos 30 índios tupinambás que no último domingo (16) ocuparam a propriedade localizada no município de Una (456 km de Salvador). Todos os presos foram liberados, mas vão responder por crime de esbulho possessório (apropriação ilegal de um imóvel).

Segundo informações da Polícia Federal, os indígenas alegaram que a ocupação tinha como finalidade a tomada da propriedade, em razão da publicação, em Diário Oficial da União, da demarcação de uma área denominada “Terra Indígena Tupinambá de Olivença”.

Flávio França, filho do dono da fazenda, informou aos policiais que os integrantes da tribo estavam armados de lanças, bordunas e facões. Além disso, ele falou que os moradores e os funcionários da fazenda foram ameaçados de morte pelos indígenas, “e alguns chegaram até a ser agredidos”.

Na última quarta-feira (12), um homem foi assassinado na região, e a Polícia investiga as causas do homicídio.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/10/18/indios-que-ocuparam-fazenda-no-sul-da-bahia-sao-indiciados-pela-policia-federal.jhtm

sábado, 29 de outubro de 2011

Congresso Nacional do MP contra a corrupção tem início em Porto Alegre

Por Jorn. Ricardo Grecellé
Eduardo de Lima Veiga na abertura do Congresso Nacional

Começou no final da tarde desta quinta-feira, 20, o 1º Congresso Nacional da Campanha do Ministério Público denominada “O que você tem a ver com a corrupção?”, que acontece no auditório da sede do MP gaúcho, na avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, 80. O palestrante de abertura do evento foi o governador do Estado Tarso Genro, que abordou o tema “Corrupção: Estado e Sociedade: partilhando responsabilidades, construindo caminhos”. A primeira noite contou ainda com a conferência “Controle público da corrupção: perspectivas de efetividade”, ministrada pelo secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da Controladoria-Geral da União, Mário Vinícius Claussen Spinelli. A cerimônia de abertura contou com a participação do procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga; do presidente do Tribunal de Justiça, Leo Lima; do representante da Câmara Federal, deputado Vieira da Cunha; do presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde; do coordenador estadual da Campanha, Cesar Faccioli; além de diversas autoridades estaduais e do Ministério Público.

No início dos trabalhos, o Chefe do Ministério Público gaúcho disse notar um pequeno otimismo diante do tema da corrupção. “Impossível não falar das manifestações que se espalham de Wall Street para as ruas de 950 cidades de 82 países em todos os continentes, na última contagem parcial. Algumas coisas estão acontecendo e essas pessoas estão pedindo união por uma mudança global”, lembrou. Eduardo de Lima Veiga reafirmou perante os presentes ser prioridade máxima de sua gestão o combate à corrupção e citou duas ferramentas que podem auxiliar nesse propósito: a figura das Pessoas Politicamente Expostas e a Ação Civil Pública de Extinção do Domínio.

No primeiro caso trata-se do monitoramento dos negócios e movimentações financeiras de agentes públicos que desempenham, ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou no exterior, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e estreitos colaboradores. “Em relação à Ação Civil Pública de Extinção do Domínio, significa, estrategicamente, deixar de apostar apenas na via criminal e seguir o dinheiro. Ingressar no juízo cível, com uma ação civil pública a rigor contra a coisa, contra a res, contra o patrimônio ou seu incremento de origem ilícita ou quando não haja comprovação, numa inversão do ônus da prova, de origem lícita”, explicou.

O coordenador nacional da campanha contra a corrupção e procurador de Justiça do Espírito Santo, Sérgio Dário Machado, destacou que a iniciativa do Ministério Público está sendo abraçada pelo Brasil inteiro e visa a doutrinar crianças e adolescentes para que não reprisem condutas erradas com as quais se deparam diariamente. “É mais uma cruzada que atravessamos, cientes de que é atribuição de nossa Instituição enfrentar a criminalidade sem temores”.

PALESTRA DO GOVERNADOR

Primeiro palestrante do evento, Tarso Genro iniciou sua fala destacando o que classificou como época de grandes transformações. “Parece óbvio que as Instituições de Estado não existem por si mesmas, mas sim quando preenchidas por homens concretos que explicitam sua forma”, disse o Governador. Ele afirmou que a corrupção transita hoje da condição de crime comum para condição de crime político. “Regredimos para uma situação excepcional, que tende a tornar cada vez mais impotente a atuação do MP e Judiciário”.

O Governador também abordou o que classificou como “justiçamento paralelo” e frisou que hoje em dia os casos mais graves e emblemáticos de corrupção são apresentados pela mídia, sob uma visão que pode ser justa ou injusta. “Não proponho, em absoluto, qualquer controle de informação pelo Estado. Trata-se de compreender que já vivemos um período no qual os poderes de fato, entre eles a mídia, estão se sobrepondo aos poderes do Estado”. Ele defendeu, ainda, a necessidade de reformas profundas para o fortalecimento de instituições como o MP. Tarso conclamou a sociedade para enfrentar o que chamou de “duas mortes anunciadas”: o garantismo político e a pretensão punitiva do Estado. “O que reduz a criminalidade é a certeza da punição pelo Estado”, encerrou.

CONTROLE PÚBLICO DA CORRUPÇÃO

Na segunda palestra da primeira noite, o secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da Controladoria Geral da União, Mário Vinícius Claussen Spinelli, lembrou que a corrupção é o tema central das discussões em todo o país. Ele também falou do dilema pelo qual passam aqueles que têm a obrigação de zelar pela boa aplicação de recursos públicos. “Quanto mais combatemos a corrupção, mais a sociedade tem a sensação de que ela está presente”. Ele também salientou a importância do controle social sobre o problema. “Muitos brasileiros, em algumas situações, pensam que o problema não é deles, mas sim do governo. Mas esquecemos que se de um lado existe o corrupto, do outro está o corruptor”.

Mário Spinelli também criticou a generalização do problema, “que só beneficia aos corruptos” e citou como exemplo a relação do setor público com as organizações não-governamentais. “Assim como temos aquelas que atuam na ilegalidade, temos outras ONGs com belíssimos trabalhos em prol da sociedade”, defendeu. Ele também ressaltou que um dos principais entraves nessa luta contra a corrupção é a impunidade. “Ninguém vai para a cadeia por causa desse crime. E isso nos frustra, pois às vezes um trabalho de anos de instituições sérias como o MP serve para muito pouco”, encerrou.

http://www.mp.rs.gov.br/noticias/id26588.htm

Juiz corrupto disse ter ficado constrangido

O corrupto juiz de Campo Maior, José William Veloso, acusado de receber R$ 1 mil da prefeita do município de Nossa Senhora do Nazaré, Luciene Silva, disse estar “constrangido”, no momento em que foi flagrado recebendo a quantia, na última terça-feira. Só não se constrangeu de ter praticado um ato que deveria combater.

O vídeo, veiculado no Jornal Nacional, da Rede Globo, mostra o áudio de uma conversa telefônica entre a prefeita e juiz, acertando o pagamento do valor para que fosse dada uma sentença favorável à prefeitura por conta de um a estrada que seria construída na zona rural da cidade que fora impedida pelo dono de um sítio da região.

“E quanto o negócio da sentença, como é que você vai fazer? Mas você não me disse nada, de quanto seria o caso lá, pra poder me preparar?”, disse a prefeita na ligação telefônica. “Não... é qualquer coisa... qualquer numerário”, respondeu o magistrado.prefeita-ns-nazare

A prefeita disse que retirou o dinheiro do banco, com a autorização da PF e do Ministério Público, as cédulas foram filmadas e em seguida foi se encontrar com o juiz. “Do jeito que você me pediu”, disse Luciene, entregando a quantia. “Estou pedindo só por necessidade”, respondeu o juiz.

Após o pagamento, o policial federal, o procurador de Justiça e um representante da corregedoria entraram na sala, recolheram o dinheiro. “Eu estou constrangido”, disse o juiz ao ser abordado. Ele não foi preso por conta da prerrogativa do cargo.

Na última sexta-feira (21), o Tribunal de Justiça abriu um processo administrativo e outro criminal conta o juiz e o afastou do cargo.

É o Brasil. Quem deveria combater o crime pode praticá-lo à vontade, que mesmo se pego em flagrante não pode ser preso. E quando condenado, o que é muito difícil, a penalidade máxima é a aposentadoria compulsória recebendo o valor integral. Nenhum trabalhador honesto da iniciativa privada consegue se aposentar com valor integral e muito menos manter o valor ao longo dos anos.

Para algumas atividades, parece que o crime compensa. Pelo menos no Brasil.

Por: Eliseu

http://o-carcara.blogspot.com/2011/10/juiz-corrupto-disse-ter-ficado.html

domingo, 23 de outubro de 2011



TJES absolve juiz que manteve preso provisório por dez anos
- O Réu virou Vítima





Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo absolveram nesta quinta-feira (13), por unanimidade, o juiz Marcelo Faria Fernandes, que respondia a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), sob acusação de ter mantido por mais de 10 anos um preso provisório, considerado um homem de alta periculosidade pelos moradores de Ecoporanga, município do norte do Estado.

Em 2009, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou o mutirão carcerário no Espírito Santo, foi detectado um processo na Comarca de Ecoporanga relativo a um réu preso com excesso de prazo, sem previsão de julgamento. A Corregedoria do CNJ, então, encaminhou expediente ao Tribunal de Justiça solicitando que fosse apurada a responsabilidade do juiz nesse caso, que ganhou destaque na imprensa nacional.

O corregedor-geral da Justiça, desembargador Sérgio Gama, relatou os fatos e o Tribunal Pleno entendeu que seria adequado abrir o PAD para esclarecer o caso, já que o réu representava um grande risco para a sociedade, pois era acusado de matar e beber o sangue das vítimas.

O relator do PAD, desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho, fez um voto detalhado, que foi acompanhado e elogiado pelos demais desembargadores. O desembargador Telêmaco, além de ouvir todos os esclarecimentos do juiz e relatos de policiais da região de Ecoporanga, também teve o cuidado de ouvir as outras partes envolvidas no processo, como o promotor e o defensor público, que nunca pediram a liberdade do réu.

O relator transcreveu todos os depoimentos que foram unânimes em afirmar que o homem possui distúrbios mentais, é uma pessoa de alta periculosidade e sempre que era colocado em liberdade tornava a praticar crimes e ameaçar a sociedade de Ecoporanga. Ele era acusado de matar e beber o sangue do cunhado, de ter atentado contra a vida de vários familiares, como o pai, a mãe e a irmã, que tem um braço mutilado por conta de agressões feitas pelo irmão. Nem a família queria o homem por perto. Também pesam sobre ele acusações de estupro.

Desembargador Telêmaco ainda esclareceu que o excesso de prazo na prisão, sem o julgamento do réu, aconteceu por diversos motivos aleatórios às funções do juiz. Primeiramente, o magistrado precisava de um exame de sanidade mental para comprovar o distúrbio mental do homem. Porém, a dificuldade para se fazer um laudo médico foi grande.

Todas as vezes que a Justiça conseguia marcar o exame, não era possível realizar, pois havia uma grande dificuldade de se localizar o réu. O sistema prisional do Estado fez diversas transferências dele para vários presídios, como os de Colatina, Cachoeiro, Vila Velha e Linhares, sem comunicar ao Judiciário. Em Cachoeiro de Itapemirim, ele chegou a ser internado em uma clínica, também sem o conhecimento do juiz. Ele ameaçava e tentava matar os colegas de cela e acabava sendo transferido, sem o conhecimento da Justiça, o que dificultava a localização e o andamento do processo. Além disso, o juiz também declarou que a Vara funcionava em condições precárias, com poucos funcionários, o que dificultava o andamento dos processos.

Tanto o promotor como o defensor público também confirmaram em seus depoimentos que nunca pediram a liberdade do réu. A desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos disse em seu voto: “uma história triste, inusitada, uma pessoa indesejável, que sequer o defensor público, que o defendia perante à Justiça, nunca pediu a liberdade dele, porque a comunidade de Ecoporanga não queria esse homem na cidade”.

O voto do relator, que foi acompanhado por todos desembargadores com louvor, pede o arquivamento do PAD e a absolvição do juiz. O mesmo posicionamento teve a Procuradoria da Justiça. O Tribunal Pleno, então, concluiu que o magistrado Marcelo Faria Fernandes não merece nenhuma penalidade, pois não deixou faltar nada ao réu do que estava ao seu alcance de fazer como juiz.

http://eshoje.jor.br/tjes-absolve-juiz-que-manteve-preso-provisorio-por-dez-anos.html


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NOTA: Triste esses fatos. Observamos que, segundo o Relator Desembargador Telêmaco, o Sistema Prisional do Espírito Santo agiu por conta própria sem comunicar à Justiça. O réu preso (Ele não fora condenado e nem ao menos julgado. Era apenas um réu preso provisoriamente) foi levado de um lado para o outro como se fosse algo que o Sistema Prisional do Espírito Santo quisesse se livrar. Mas, mesmo com estas alegações feitas pelo Desembargador Telêmaco restam muitas dúvidas e muito a ser apurado.

Os responsáveis por estas transferências não comunicadas à Justiça não serão identificados e punidos?

Como diz o texto acima, nem a própria família o desejava por perto. Mas é exatamente nestes casos que deve atuar a Promotoria de Justiça e o Defensor Público!

Aonde está a atuação dos Promotores de Justiça (Que segundo o próprio nome diz devem promover a Justiça) em não requerer a apuração dos responsáveis por este levar e trazer deste cidadão doente?

E o Defensor Público? Por que não acionou a Justiça para obrigar o Estado a prestar atendimento médico especializado ao homem INJUSTAMENTE PRESO por período que excede o previsto na LEI?

Segundo o voto do Relator do PAD, não podemos acusar o Juiz de nada. Mas e os envolvidos nestas transferências (Delegados, policiais e etc.)?

E a atuação do Promotor e do Defensor não será questionada? Por que eles não atuaram de forma mais enérgica de modo a evitar esta injustiça?

Acaba aqui este caso? Encerra-se a questão?

Injustiça foi feita a esse homem e ela precisa ser apurada e os responsáveis punidos!

O réu tornou-se vítima.

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sábado, 22 de outubro de 2011

Caixa Econômica Federal 2011

Caixa Econômica Federal 2011


Caixa anuncia abertura de concurso para técnicos

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Fontes Hereda, que o banco já iniciou os preparativos do próximo concurso, de âmbito nacional, para técnico bancário, de nível médio, e também para o de carreiras de nível superior. Como o prazo de validade das seleções do ano passado vence em junho de 2012, o presidente adiantou que os novos editais deverão sair no início do próximo ano.
"Temos que fazer os novos concursos pelo menos uns seis meses antes do fim do prazo dos anteriores, para não termos problemas com substituições de funcionários. Então, a Caixa sempre mantém concursos em validade, e vamos continuar assim. Em 2012, devem ser feitos os novos concursos, e vamos deixar preparado para os próximos anos também, para a admissão de novos funcionários", adiantou Hereda, durante uma homenagem pelos 150 anos da Caixa na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Atualmente, a remuneração do técnico bancário da Caixa é de R$2.310,41, sendo R$1.600 de vencimentos-base, R$311.08 de auxílio-alimentação e R$399,33 de auxílio-refeição. Contudo, os bancários estão em greve, exigindo reajuste.